A Rússia vai suspender a sua missão junto da NATO, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.
Em simultâneo com esta decisão, a delegação da NATO em Moscovo vai perder a acreditação no próximo mês de novembro.
Estas medidas do Kremlin são conhecidas depois de a Aliança Atlântica ter decidido expulsar oito diplomatas russos, alegando que trabalhavam para os serviços secretos.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considera que a decisão de hoje da Rússia de suspender a sua missão junto da NATO é “desproporcionada” e reduz ainda mais os canais de comunicação, “o que é preocupante”.
“Eu só tenho a lamentar essa decisão, visto que, sabendo nós que as relações entre a NATO e a Rússia estão num dos seus pontos mais baixos de sempre, mesmo tendo em conta o período da Guerra Fria, a redução dos canais possíveis de comunicação entre as duas partes é, na minha opinião, um erro”, afirmou Augusto Santos Silva.
O ministro falava aos jornalistas no final de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia (UE), no Luxemburgo, durante a qual os 27 foram informados da decisão de Moscovo.
O ministro enfatizou que ”quando as relações são mais difíceis é que o trabalho diplomático é mais necessário e pode ser mais útil”, pelo que lamenta essa decisão das autoridades russas, uma reação à decisão da NATO de expulsar funcionários da missão diplomática russa junto da Aliança Atlântica, que, sublinhou, “não estavam a cumprir as suas obrigações diplomáticas, porque estavam a realizar outro tipo de atividades”.
“Esta decisão russa é desproporcionada e, na prática, significa a redução ainda mais dos canais de comunicação política entre a NATO e a Rússia, o que é preocupante”, declarou.