O empresário do calçado Armando Silva morreu na quinta-feira à noite, apenas três dias depois da fábrica Armando Silva, que produzia calçado de alta gama em São João da Madeira, ter anunciado que vai fechar portas e dispensar 62 trabalhadores.
Num texto publicado no Facebook, a associação portuguesa do calçado APICAPPS homenageou o antigo empresário, afirmando que "Armando Silva dedicou toda a vida ao setor do calçado, trabalhou até aos 94 anos e, depois disso, visitava quase todos os dias a fábrica".
O texto começa também citando uma crónica de Miguel Esteves Cardoso sobre Armando Silva, que escreveu em 2013 no Público que admirava "um homem que dê o nome dele aos sapatos que faz". "Pode haver nomes mais comerciais do que Armando Silva, mas nenhum é mais honesto".
A fábrica de calçado Armando Silva vai encerrar até ao Natal e deixar 62 pessoas no desemprego. A notícia foi conhecida na terça-feira.
A empresa de São João da Madeira, com 75 anos de história, alega dificuldades, agravadas pelo impacto económica da pandemia de Covid-19.
Os trabalhadores receberam a notificação final do despedimento coletivo, segundo o Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins, de Aveiro.
Em declarações à Renascença, a sindicalista Fernanda Moreira explica que os funcionários não vão sair todos ao mesmo tempo, mas até ao final do ano o processo estará concluído.
A fábrica Armando Silva produz calçado de gama alta, para homens. Estes funcionários são altamente especializados e, se a economia recuperar, Fernanda Moreira acredita que podem ser rapidamente absorvidos.
[notícia corrigida - fábrica Armando Silva encerra até ao Natal]