A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai encontrar-se na terça-feira com líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, na véspera de uma cimeira da União Europeia em que os Estados-membros vão decidir se aceitam o seu segundo pedido de adiamento do Brexit.
"Há boas razões para falar, já que a Grã-Bretanha e a UE a 27 estão numa situação difícil", explicou o porta-voz de Merkel esta segunda de manhã.
No final da semana passada, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Mass, afirmou que Londres tem muitos aspetos "a clarificar" em relação ao pedido de extensão do Brexit formalizado pela primeira-ministra; depois de Bruxelas ter aceitado adiar a saída de 29 de março para 12 de abril, agora May pretende adiar o prazo até 30 de junho.
Também Emmanuel Macron convidou a primeira-ministra britânica para uma conversa na terça-feira, segundo anunciou o Palácio do Eliseu esta manhã.
Paris já tinha referido que considera "um pouco prematuro" uma extensão do Brexit, como pediu Londres, sublinhando que espera dos britânicos "um plano credível" até à cimeira europeia de 10 de abril.
Theresa May formalizou na sexta-feira um segundo pedido de prorrogação da data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até 30 de junho, indicando estar a preparar-se para realizar eleições europeias em maio.
No Conselho Europeu da próxima quarta-feira, em Bruxelas, os dirigentes dos 27 vão dar a sua opinião sobre a questão do adiamento e da sua duração, numa altura em que se aproximam as eleições europeias.
May formulou o pedido de extensão numa carta dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na qual evoca os passos que tomou com vista a uma solução para a crise política no Reino Unido - à cabeça o início de negociações com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, para se alcançar uma proposta que seja aprovada no Parlamento britânico e que evite uma saída sem acordo,depois de o acordo por si negociado com Bruxelas ter sido chumbado três vezes.
Na missiva, a primeira-ministra britânica refere não ser nem do interesse do Reino Unido nem da UE que o país participe nas eleições para o Parlamento Europeu, que vão realizar-se entre 23 e 26 de maio. Contudo, também admite que "aceita a opinião do Conselho Europeu de que, se o Reino Unido continuar a ser membro da União Europeia a 23 de maio, teria a obrigação legal de realizar eleições".
Ainda não é certo que repercussões poderá ter a participação dos britânicos nas eleições para o PE e a sua consequente saída da união meses depois.