O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou esta quarta-feira a sua recusa em aceitar um cessar-fogo na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, até que o grupo islamita palestiniano liberte os reféns que capturou em Israel.
"Não haverá cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns", sublinhou o governante israelita, numa breve mensagem na rede social X (antigo Twitter).
Netanyahu não especificou, no entanto, se exige a libertação de todos ou de alguns dos 240 reféns que o Hamas fez, para uma possível trégua.
As negociações para um cessar-fogo em troca de reféns estão a ser lideradas pelo Egito e pelo Qatar, segundo informaram hoje à agência Efe duas fontes familiarizadas com o processo.
Fonte próxima do Hamas em Gaza, movimento considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos da América e que controla o enclave desde 2007, disse à agência France-Presse (AFP) que o Qatar estava a mediar a libertação de 12 reféns, incluindo seis norte-americanos, em troca de "uma trégua humanitária de três dias".
Em Doha, uma fonte próxima das discussões, que falou sob condição de anonimato, tinha referido anteriormente que o Qatar estava a liderar esta mediação "em coordenação com os Estados Unidos (...) para obter a libertação de 10 a 15 reféns em troca de um cessar-fogo de um a dois dias".
Mas o primeiro-ministro israelita rejeitou mais uma vez qualquer cessar-fogo sem a libertação dos reféns.
"Gostaria de rejeitar todos os tipos de rumores vãos que nos chegam de todos os lados e repetir claramente uma coisa: não haverá cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns. Todo o resto é inútil", apontou Netanyahu, durante uma reunião com representantes dos colonos da Cisjordânia, de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
Segundo a fonte próxima do Hamas, as discussões estão paralisadas neste momento "sobre a duração" da trégua e a inclusão num possível acordo do "norte da Faixa de Gaza, palco de operações de combate em grande escala".
"O Qatar está a aguardar uma resposta dos israelitas", vincou a mesma fonte à AFP.
Esta eventual trégua deverá também permitir ao Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, "entregar mais ajuda humanitária" ao território palestiniano sitiado, através da passagem de Rafah, segundo a mesma fonte.