O secretário dos assuntos multilaterais políticos do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que acompanha as eleições presidenciais na comunidade brasileira em Portugal, garante que a segurança vai ser reforçada nos locais de voto.
“Haverá reforço de segurança”, afirmou Paulino Neto, acrescentando que "esse reforço de segurança é provido seja por empresas de segurança particulares seja pelas autoridades policiais nacionais” portuguesas.
O representante do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, conhecido como Itamaraty, falava numa conferência de imprensa que decorreu no consulado-geral do Brasil em Lisboa.
Porém, nem Paulino Neto, nem o cônsul-geral em Lisboa, Wladimir Valler Filho, quiseram revelar qual o número de efetivos envolvidos na segurança do ato eleitoral.
Valler Filho apenas especificou que elementos de empresas privadas seriam 10, mas se fosse necessário, recrutariam mais pessoas.
"Nós temos um número de 10 [seguranças privados] e estamos trabalhando com a possibilidade de aumentar", afirmou.
Em termos de autoridades policiais portuguesas, será a Polícia de Segurança Pública (PSP) a garantir a operação de segurança do ato eleitoral.
"Detalhes de segurança eu não posso fornecer. O que é importante dizer é que garantimos por todos os meios possíveis e previsíveis que seja feita a segurança necessária para que o eleitor possa ter acesso e voltar e transitar livremente no espaço das eleições", afirmou Valler Filho.
O cônsul-geral em Lisboa adiantou ainda que esta semana teve uma reunião com os diretores e superintendentes da PSP na qual foram tratados todos os detalhes da operação.
Pelo que “tudo está dentro do que é possível e previsível", afirmou, agradecendo, mais uma vez, toda a cooperação da polícia portuguesa.
Por outro lado, assegurou que à polícia foi também transmitida toda a informação necessária para que esta possa montar "não só o esquema para o dia, como também para prever qualquer incidente que possa ter, levando em consideração a sua experiência, que é bastante alta".
"Não há nenhum facto novo que tenha causado qualquer mudança” nos planos, garantiu o diplomata, acrescentando que se está “seguindo e trabalhando o calendário do TSE [Tribunal Supremo Eleitoral] com as medidas de segurança” e “acompanhando dia a dia”.
“Não há nenhum indício de tumulto ou uma manifestação que tenha sugerido qualquer outra providência que não estivesse já prevista", sublinhou o diplomata.
De acordo com os dados mais atualizados do STE nas eleições do próximo domingo votarão em Portugal 80.896 eleitores brasileiros dos quais 45.273 em Lisboa, o consulado que regista maior número de inscritos fora do Brasil.
O número de eleitores em Lisboa agora representa um aumento superior a 100% relativamente às anteriores eleições presidenciais, em 2018, revelou Wladimir Valler Filho, em 31 de agosto, quando apresentou aspetos organizativos da primeira volta das presidenciais brasileiras em Portugal.
No consulado do Porto, o quinto com mais eleitores, estão inscritos 30.098, e no de Faro há 5.525 habilitados para votar.
Em Lisboa, o local de votação é a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que à semelhança de anteriores eleições brasileiras voltou a disponibilizar as suas instalações.
No Porto e em Faro os eleitores votarão nos respetivos consulados.
O aumento de eleitores inscritos reflete-se na organização da votação, tendo no caso de Lisboa, passado das 28 mesas de voto existentes em 2018 para 58 no escrutínio de 02 de outubro.
O voto no Brasil é obrigatório pelo que os eleitores registados em Portugal e que, por alguma razão, estejam no Brasil no dia da votação poderão fazê-lo desde que tenham previamente formalizado o pedido de transferência do local de voto.
“No caso de Portugal recebemos cerca de 30 pedidos nesse sentido”, disse em agosto o cônsul-geral em Lisboa.