Banif. Antigo administrador “surpreendido” com a resolução de Dezembro
29-03-2016 - 11:31

As audições na comissão parlamentar de inquérito à resolução do Banif começaram esta terça-feira e já há um adiamento para ouvir o antigo ministro das Finanças.

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O antigo administrador do Banif Joaquim Marques dos Santos está a ser ouvido na comissão de inquérito sobre o banco e já declarou perante os deputados ter ficado surpreendido com a resolução, definida em Dezembro de 2015.

Questionado pela deputada do PSD Margarida Mano sobre se a resolução do banco o surpreendeu, Marques dos Santos foi directo. "Surpreendeu", disse, sem mais acrescentar.

Antes, o antigo presidente executivo do Banif - que sucedeu ao fundador Horácio Roque, falecido em 2010 - lembrou que o banco procurou entre 2010 e 2011 "no Brasil, Espanha e Reino Unido" capitalizar a instituição. "Por uma razão ou outra não conseguimos", reconheceu.

O Banif viria posteriormente a recorrer à linha da troika, disponibilizada durante o programa de ajustamento económico, para o sector bancário.

O antigo presidente revelou que o Banco de Portugal tinha elementos em permanência no Banif desde Maio de 2010. Marques dos Santos, que esteve à frente do banco entre 2010 e 2012, garantiu que desde essa data que o supervisor tinha acesso a toda a informação, sem excepção.

A auditoria forense de 2014 do Banco de Portugal não contou, portanto, com o seu contributo: "Nunca fui ouvido na auditoria, nem nessa nem em nenhuma outra", vincou aos deputados da comissão de inquérito.

Ouvir Vítor Gaspar

As audições na comissão parlamentar de inquérito à resolução do Banif começaram esta terça-feira e já há um adiamento para ouvir o antigo ministro das Finanças. Vítor Gaspar não recebeu a convocatória, mas entrou em contacto com a comissão parlamentar, informando que não estará em Portugal nos próximos meses.

O presidente da comissão, António Filipe, admite que o governante do executivo de Passos Coelho possa vir a responder por escrito.

O processo de venda do banco, em Dezembro de 2015, domina os trabalhos para se proceder à "avaliação de riscos e alternativas" da decisão, "no interesse dos seus trabalhadores, dos depositantes, dos contribuintes e da estabilidade do sistema financeiro".

Também a avaliação do "comportamento da autoridade de supervisão financeira", o Banco de Portugal, sobre o caso Banif, é um dos objectivos da comissão parlamentar de inquérito sobre a venda do banco.