Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
Antes do levantamento gradual das medidas de restrição é essencial reformular a resposta do Sistema Nacional de Saúde (SNS) à pandemia de Covid-19. O alerta é do presidente da Direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Alexandre Lourenço defende um novo plano do SNS para a realidade que se segue, com a flexibilização da resposta aos doentes com Covid-19 e um reforço dos cuidados aos pacientes não Covid.
“O que nos parece que faz mais sentido é estabilizar esta resposta à Covid-19, nomeadamente termos uma previsão do número de doentes que irão precisar de cuidados intensivos e de ventiladores. E definir a rede de hospitais que vai ter este tipo de serviços, de forma a que os hospitais possam desenvolver a restante reposta de uma forma ordenada – e que é essencial”, explica Alexandre Lourenço.
Segundo o presidente da Direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, só desta forma, “ao estabilizar esta rede definida”, é possível que os hospitais “possam ter espaço e recursos para abrir a restante resposta, que está muito limitada”.
A preocupação, agora, é para a resposta aos doentes não Covid.
“Parece-nos que o SNS respondeu de forma adequada à questão Covid-19. Mas temos hoje muitos profissionais que estão muito esgotados por estarem na linha da frente. É preciso fazê-los descansar. Mas, eminentemente, é também necessário ter este processo de desenvolvimento da rede para os doentes não covid-19. Não podemos sustentar por muito mais tempo uma paralisação do SNS como temos visto até este momento”, defende Alexandre Lourenço.
A solução pode ser a criação de hospitais Covid e não Covid? O presidente da Direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares diz que “não faz grande sentido manter todos os hospitais a responderem à Covid 19 com o mesmo formato”.
“Teremos sempre hospitais que serão mistos, com uma resposta dual. E teremos outros hospitais que vão manter o sistema de triagem dentro do seu serviço de urgência – mas sempre que existirem casos suspeitos, ou já diagnosticados, devem ser imediatamente encaminhados para hospitais que tenham serviços de internamento dedicados. No início da pandemia o que havia era o assumir de um conjunto de hospitais na generalização da resposta por todo o país. O que acaba por ser, felizmente, e dadas as medidas instituídas, um pouco para além do necessário”, explica.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.