O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, numa ação de campanha em Santarém, colocou a agricultura como um setor estratégico nacional e apontou duras críticas ao trabalho do Partido Socialista (PS) no setor agrícola.
O líder da AD, que discursava num encontro nacional de agricultores e mundo rural, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, defendeu que a agricultura é "um setor estratégico para o país", e que tem "um papel fundamental na valorização do mundo rural e na coesão territorial".
"A agricultura é estratégica para termos o território mais ocupado e para termos uma maior soberania alimentar. A nossa autonomia, a nossa soberania e a nossa independência também se manifesta na capacidade de produzir aquilo que precisamos para nos alimentar", disse Luís Montenegro.
Num auditório composto por agricultores de vários pontos do país, o líder da AD disse que o setor agrícola se encontra "num momento de rutura por manifesta incompetência do governo" em responder "aos problemas reais dos agricultores".
Luís Montenegro, no seu discurso, enumerou várias prioridades para a área do setor agrícola, entre elas a "reintegração das florestas e do desenvolvimento rural no mesmo Ministério", a "promoção de uma relação de proximidade com os agricultores", "pagar a tempo e horas diminuindo a burocracia" e "diminuir as diferenças de tratamento que existe com outros países da União Europeia, em particular com os nossos vizinhos espanhóis".
O líder da AD, coligação PSD/CDS-PP/PPM, defendeu ainda a necessidade de criar um ministério que olhe para as particularidades agrícolas de todo país, referindo que o setor agrícola é importante "não só para as zonas onde a agricultura tem mais preponderância, "mas também para os meios urbanos".
"Não é só no Alentejo, Ribatejo ou nas beiras que há agricultura. Há atividades agrícolas em todo o nosso território e vamos ter um ministério da agricultura a olhar para necessidades agrícolas de todo o país".
O líder do CDS-PP, Nuno Melo, também criticou duramente o PS referindo que a "agricultura, nos últimos oito anos, foi o parente pobre da economia".
"Nos últimos oito anos o PS não fez nenhuma obra estrutural na agricultura e tivemos um ministério que complicou, burocratizou e raramente pagou, e está nas mãos dos agricultores acabar com este pesadelo".
O encontro contou também com a presença do cabeça de lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, do presidente do PSD Distrital de Santarém, João Moura, do presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça, do presidente da Confagri, Idalino Leão, e do diretor-geral da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) Firmino Cordeiro.
O cabeça de Lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, referiu que os "agricultores sentem o peso do desdém e o sufoco da marginalização", mas mostrou-se otimista eferindo que a agricultura, com a AD, "vai voltar a ter voz no desenvolvimento e progresso no nosso país".
Montenegro elogiou Eduardo Oliveira e Sousa, considerando que não é o candidato da CAP, mas sim o candidato da AD porque é um homem “preparado, competente, conhecedor, e motivado para dar o seu contributo ao país”
Já João Moura destacou o "mérito de se ter conseguido juntar no mesmo evento as três grandes organizações de agricultores".
Montenegro disse ainda que houve uma “nota dominante” em pré-campanha eleitoral.
“Sou um democrata, respeito muito aqueles que não pensam como nós, a forma como dirigem e contactam e interagem com as pessoas, mas a verdade é uma: não vejo ninguém mostrar tanta força nas ideias, nas equipas, na mobilização. Há um ar de mudança. Uma corrente de ar enorme, uma ventania que vai trazer a Portugal um novo Governo, vai trazer esperança e confiança”, disse o líder da coligação da AD.
A faltarem três semanas para as eleições de 10 de março, Montenegro considera que a sua campanha “começou no primeiro dia em que iniciou funções como presidente do PSD, percorrendo o país”.
Foram ainda abordados várias questões relacionadas com o setor agrícola como a introdução de novas gerações no setor agrícola, a necessidade de criar uma rede nacional de água e ainda a articulação entre o ministério da agricultura e do ambiente.