O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP), Bruno Pereira, assumiu esta quinta-feira a expectativa de que o Governo contacte os sindicatos da PSP por causa dos protestos e adiantou que vão ser pedidas reuniões aos partidos.
Em declarações à comunicação social após a reunião desta manhã com o diretor nacional da PSP, na sede da instituição, em Lisboa, Bruno Pereira referiu que José Barros Correia não transmitiu aos sindicatos qualquer indicação do Ministério da Administração Interna (MAI) face ao momento de contestação nas forças de segurança por melhores condições salariais e de trabalho.
"Não teria de ser o senhor diretor nacional a fazê-lo, mas sim o senhor ministro da Administração Interna, até porque tem um contacto direto com todos nós. Querendo fazê-lo, pode fazê-lo e nós esperamos que o possa fazer e que o faça brevemente", disse o presidente do SNOP, assegurando que os sindicatos ainda não foram chamados para um encontro.
Porém, Bruno Pereira expressou a vontade dos sindicatos de terem "uma discussão alargada com os representantes de todos os partidos políticos que queiram ver este assunto como prioridade máxima", reforçando que a segurança é um tema "que não pode ser negligenciado".
"Iremos pedir uma reunião aos partidos", observou o dirigente sindical, que explicou que com o Governo terá de haver uma discussão consensualizada com a plataforma que junta vários sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR para a revisão dos suplementos remuneratórios e que anunciou na semana passada um corte de relações institucionais com o MAI.
O presidente do SNOP revelou ainda desconhecer uma reunião na quarta-feira entre o diretor nacional da PSP e o comandante-geral da GNR com a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, mas salientou a sua convicção de que Barros Correia "tudo fará para defender aquilo que são os legítimos interesses e direitos dos seus polícias".
Pelo quarto dia consecutivo, os polícias da PSP voltam hoje a concentrar-se em várias cidades do país em protesto, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP, bem como da GNR e da guarda prisional.
O protesto foi também concretizado com a paragem de vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), alegando os polícias que estavam inoperacionais e com várias avarias.
A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os protestos dos polícias estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram.
Na reunião com o diretor nacional da PSP estiveram presentes os seis sindicatos mais representativos: Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP-PSP), Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Sindicato Independente da Polícia (SIAP), Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) e Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP (SNCC).