A comissão nacional do PS vota, este sábado à tarde, um texto da direção nacional que faz um elogio ao atual Presidente da República invocando a proximidade deste aos portugueses e a estabilidade política que foi mantida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo do mandato, mas há quem não siga a linha oficial desta maneira.
É o caso de Pedro Nuno Santos, que na reunião deste sábado, que está a decorrer por videoconferência, manifestou o apoio à candidatura a Belém de Ana Gomes, militante e ex-dirigente nacional do partido.
Segundo relatos feitos à Renascença, nesta intervenção, o ministro das Infraestruturas também aproveitou para criticar Marcelo Rebelo de Sousa apontando-o como fonte de instabilidade entre o PS e os parceiros Bloco de Esquerda e PCP.
Pedro Nuno terá mesmo defendido que o Presidente da República, ao não ter exigido um acordo escrito no início da legislatura, contribuiu para uma menor consistência da solução governativa à esquerda.
Direção nacional do PS não hostiliza Ana Gomes
Em votação este sábado na Comissão Nacional do PS está um texto que constitui a posição oficial do partido sobre as eleições presidenciais e que, segundo a Renascença sabe, faz um elogio ao atual Presidente da República, invocando a proximidade deste aos portugueses e a estabilidade política que foi mantida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo do mandato.
No documento que os dirigentes nacionais discutem e votam este sábado não há indicação de apoio a qualquer candidato presidencial, mas há uma referência aos candidatos do campo democrático.
Aqui cabem obviamente Marcelo e os candidatos mais à esquerda: Marisa Matias, do Bloco de Esquerda; ou ainda João Ferreira, do PCP, com dirigentes nacionais a confirmarem à Renascença que o texto sujeito a votação tem uma referência específica a Ana Gomes.
Não há apoio oficial à candidatura desta militante do PS e ex-dirigente nacional no tempo da liderança de Eduardo Ferro Rodrigues, mas há aqui uma tentativa de não hostilização à candidata a Belém e que tem o apoio individual de diversos dirigentes nacionais, nomeadamente do ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos.
No texto da direção nacional do PS apenas fica fora de qualquer hipótese a candidatura de André Ventura, líder do Chega, considerada fora do campo democrático.
Tal como é tradição e como aconteceu noutras eleições presidenciais - em 2016, por exemplo, em que surgiram dois candidatos da área socialista, Maria de belém e Sampaio da Nóvoa - o PS dá liberdade de voto aos militantes.