Os sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde voltam esta segunda-feira a reunir-se para uma quarta ronda de negociações, sob ameaça de greve caso o Governo não demonstre disponibilidade para uma “verdadeira negociação” das grelhas salariais.
À Renascença, Roque da Cunha diz que “gostaria que o Governo fizesse propostas concretas em relação à melhoria da grelha salarial que tem sido depauperada nos últimos anos em cerca de 30%”.
Referindo-se à elevada percentagem de prestadores de serviço, acrescenta que “isso não é solução e, por isso, gostaríamos que o Governo governasse e que não andasse a propagandear mais atividade”.
Após a última reunião negocial, em 15 de dezembro, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou que seria “forçada a avançar para a greve”, caso na reunião de hoje não houvesse abertura do ministério para negociar as grelhas salariais dos clínicos.
O Sindicato Independente dos Médicos tem pedido mais rapidez nas negociações, lamentando a falta de propostas concretas do Governo para a revisão da grelha salarial e valorização da carreira.
Além da revisão da grelha salarial, estão em causa nas negociações matérias como a definição do regime de dedicação plena e a reorganização das urgências e do trabalho médico.
Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde no protocolo negocial.
Depois da demissão de Marta Temido, no final de agosto, os sindicatos representativos dos médicos solicitaram ao Governo a abertura das negociações, criticando o “total silêncio” do Ministério da Saúde sobre o processo.