As duas primeiras semanas deste mês registaram um recorde de migrantes resgatados no mar por Espanha, mais de 3.400, a maioria deles nas Canárias, indicou esta segunda-feira o Ministério do Interior espanhol.
Segundo os dados mais recentes do ministério espanhol, desde o início de 2023, um total de 24.463 migrantes chegou a Espanha em pequenas embarcações, o que representa 25% a mais do que no mesmo período de 2022.
Segundo o ministério, de 01 de janeiro a 14 deste mês, 25.292 pessoas entraram em Espanha, a maioria -- 24.463 -- por mar, o que consolida a tendência ascendente que se verificou ao longo do verão no aumento da chegada de pequenas embarcações.
Destas 24.463 chegadas, 14.359 foram para as ilhas Canárias, 24,6% mais do que no ano passado, quando chegaram 11.522 pessoas.
Se se analisarem os balanços quinzenais anteriores, só nas duas primeiras semanas de setembro chegaram ao arquipélago das Canárias 2.920 migrantes, um número quase semelhante ao registado em todo o mês de agosto, quando 2.931 pessoas foram resgatadas de pequenas embarcações, e ligeiramente inferior ao de julho, com 1.295 pessoas a chegarem às costas canárias.
Especialistas em fluxos migratórios e organizações não-governamentais consultados pela agência noticiosa espanhola EFE concordam no facto de que, além de setembro ser uma boa altura para navegar, a crise política e social no Senegal levou a um aumento do número de canoas que chegam às ilhas Canárias provenientes daquele país da África Ocidental.
Além dos 14.359 migrantes que chegaram às Canárias até agora este ano, outros 9.927 foram resgatados enquanto tentavam chegar às das Baleares e ao continente espanhol, o que também representa um aumento de 26,2% em comparação com o mesmo período em 2022.
No caso destas chegadas, em comparação com os balanços anteriores, 516 pessoas chegaram às costas mediterrânicas nas duas primeiras semanas de setembro. Em todo o mês de agosto, foram 2.097 e, em julho, 2.447, num verão que registou um aumento do número de salvamentos no Mediterrâneo.
Em contraste com estes aumentos, as entradas irregulares através dos postos fronteiriços de Ceuta e Melilha continuam a diminuir, especialmente no caso desta última cidade autónoma, onde chegaram 112 pessoas até 14 de setembro. No mesmo período de 2022, foram 1.146.
Nos oito meses do ano, 717 pessoas entraram em Ceuta, menos 2,8% do que no ano passado.