Os ginásios estão preparados para reabrir no dia 1 de junho e é com essa data em cima da mesa que a Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP), reúne-se, na tarde desta terça-feira, com a Direção Geral da Saúde e com a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto.
À Renascença, o presidente da AGAP, José Carlos Reis, diz que é possível apontar para essa data e garante que o sector quer reabrir com “as medidas que a DGS entender que são as mais seguras para o sector”.
"Isso é muito importante para o estabelecimento da confiança dos clientes”, enfatiza
Uma pessoa por quatro metros quadrados, máximo de uma hora de treino
Em discussão vai estar um conjunto de medidas que o sector apresentou há um mês, ao Governo, que prevê a redução da capacidade dos ginásios, encerramento de chuveiros nas primeiras semanas e o funcionamento de metade das máquinas, para além a higienização dos equipamentos.
De forma a cumprir o distanciamento mínimo de dois metros entre clientes, a AGAP sugere que a lotação de cada operador seja de uma pessoa por cada quatro metros quadrados. A regra permite controlar a concentração de pessoas no interior em todo o tipo de instalações, independentemente da sua dimensão.
Este limite vai ser gerido “com o sistema informático que os ginásios já têm e com o qual já gerem habitualmente as entradas”.
José Carlos Reis admite que “as pessoas não vão poder ir ao ginásio quando lhes apetece, vão ter de marcar”, para evitar filas para o acesso aos diferentes espaços.
Nas salas de máquinas, o número máximo de clientes admitidos em simultâneo deverá corresponder a metade dos equipamentos em funcionamento nessa mesma área antes do encerramento do ginásio. Ou seja, metade das máquinas ou equipamentos disponíveis poderão ser vedados à utilização ou até mesmo retirados da sala.
O tempo de permanência de cada cliente não deve ser superior a uma hora. Fica também proibida a prática de exercícios dois a dois e as aulas de grupo vão ter intervalos entre elas para que se possa proceder à higienização e arejamento das salas.
A AGAP garante ainda o fornecimento de produtos desinfetantes para todos os clientes em todas as salas e o reforço do serviço de limpeza.
70% de quebra da faturação
José Carlos Reis sublinha que o impacto da pandemia está a ser “devastador, porque a quebra de faturação é enorme, acima de 70%”.
O responsável aponta que “grande parte do sector é constituído por pequenas empresas, de caráter familiar e não têm condições nenhumas para assegurar a sua continuidade, se não houver medidas específicas para o sector”. Ao mesmo tempo, terá de haver uma “reabertura rápida”, estando os ginásios preparados para o fazer já a 1 de junho.
Redução do IVA, benefícios fiscais, extensão do layoff. Propostas ainda sem resposta
Para compensar a diminuição acentuada de receitas, a AGAP pediu ao Governo compensações fiscais, entre elas, defende que “é imprescindível que o IVA do exercício físico seja reduzido extraordinariamente durante um ano para 6%”.
Propõe ainda um benefício fiscal em sede de IRS, no valor anual máximo de 400,00€/contribuinte, para todos aqueles que praticarem exercício físico nos Clubes e a possibilidade de extensão do layoff para os ginásios até ao final de 2020.
As propostas ainda não tiveram resposta do Governo, mas José Carlos Reis acredita que existe consciência que “o sector precisa de uma ajuda especial” e lembra que o sector “emprega diretamente 17 mil pessoas e terá mais de 20 mil postos de trabalho indiretos, que poderão estar em causa se não houver um apoio do Governo”.
O presidente da AGAP antevê que, mesmo com os apoios, a retoma do sector vai demorar mais de um ano.