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A Rússia ofereceu à União Europeia (UE), esta sexta-feira,100 milhões de doses da sua vacina, Sputnik V, contra a Covid-19, quando se registam atrasos na entrega de vacinas e existe um contencioso entre Bruxelas e a farmacêutica AstraZeneca.
"Após finalizar a parte principal da vacinação massiva na Rússia, o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (FIDR) pode disponibilizar à UE 100 milhões de doses da vacina Sputnik V para 50 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2021", assinalaram os responsáveis da organização, na conta oficial no Twitter.
O FIDR, que negoceia os contratos com os países que adquiriram a Sputnik V, desenvolvida no Centro Gamaleya, especificou que a entrega estará sujeita "à aprovação" da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
O fundo soberano da Rússia recordou que a vacina já foi registada em 15 países, incluindo a Hungria na UE, e diversos Estados latino-americanos, como a Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai. Assinalou também que já "enviou documentos" à EMA para um processo de "contínua revisão".
Na semana passada, a EMA explicou que a entidade produtora da Sputnik V solicitou "acompanhamento científico" para "facilitar" o programa de desenvolvimento do fármaco e aproximá-lo da legislação comunitária, numa tentativa de garantir a aprovação da sua utilização na UE. A Sputnik V possui uma eficácia de 91,4%, segundo o último controlo efetuado na terceira fase de ensaios clínicos.
Problemas com a AstraZeneca abrem alas para a Rússia
A Rússia, que registou esta vacina em agosto de 2020, fez a oferta à UE numa altura em que atrasos na entrega de vacinas contra o novo coronavírus e um contencioso entre Bruxelas e a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca estão a originar um crescente descontentamento entre as autoridades sanitárias europeias, impotentes para travar a expansão do vírus.
Apenas o Reino Unido não tem sido afetado pelos atrasos que se registam na maioria da Europa, após a AstraZeneca ter anunciado que, devido a problemas de produção, apenas poderá entregar até 25% das doses que tinha prometido para o primeiro trimestre de 2021.
Este anúncio implicou a instauração, pela Comissão Europeia, de um mecanismo de emergência que permitirá controlar e, eventualmente, bloquear as exportações para países terceiros das vacinas produzidas no espaço comunitário.