No “DN” pode ler-se que a “Hungria arrisca sanções de Bruxelas com referendo”. O resultado do referendo na Hungria sobre o sistema de quotas de refugiados nos Estados-membros da União Europeia não parece oferecer qualquer dúvida. As sondagens mostram que 60% a 70% dos inquiridos responderá não. Resta saber é se a taxa de participação será de 50% para tornar vinculativo o resultado. Mas se for, resta saber quais serão as implicações, quer no plano interno quer no plano europeu. Os tratados, lembra o “DN”, prevêem a suspensão do direito de voto e o bloqueio de fundos, mas também é verdade que as decisões exigem maiorias qualificadas ou consenso. Basicamente, o Governo do Primeiro-ministro Viktor Orbán terá dado mais um passo em frente no conflito que o opõe à Comissão Europeia, presidida por Juncker.
Ainda sobre este caso, o jornal online “Observador” diz que os “Estados nórdicos apelam à União Europeia para que tome medidas contra a Hungria”. Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia estão “preocupadas” com a recusa do Governo de Budapeste em aceitar a regra que diz que os refugiados devem pedir asilo no primeiro país em que entrem. E pedem ao comissário com o pelouro das Migrações, Dimitris Avramopoulos, para “agir rapidamente”. Esta pressão é também tema no “Budapest Times”.
Ora, fora do plano político e teórico, o drama dos refugiados arrasta-se no terreno. O “Público” fala dos “43 mortos em naufrágio de barco de refugiados ao largo do Egipto”. Perto de 150 pessoas foram resgatadas com vida do Mediterrâneo, mas a embarcação levava 600 a bordo. Há muitos desaparecidos. Eram quase todos sírios ou egípcios.
Ainda no “Público”, fala-se do incêndio na segunda-feira num campo de refugiados na Grécia como um “símbolo das falhas na Europa”. E cita um ministro grego que diz que “Os europeus têm de enviar ajuda a sério, e não cinco cobertores a que chamam solidariedade internacional”.
O mesmo jornal dá destaque à OCDE que “baixa a previsão de crescimento económico mundial” e “está mais pessimista sobre zona euro este ano”. Para a região do euro, a OCDE está a projectar um crescimento de 1,5% este ano e as perspectivas para o próximo ano continuam a ser de abrandamento económico.
No “DN”, um artigo sobre as novas regras do “roaming”. Juncker tinha prometido para esta semana uma nova proposta e, ontem, os consumidores europeus ficaram a saber que, depois de 15 de Junho do próximo ano, vão mesmo poder fazer chamadas, enviar SMS ou navegar na Internet móvel no espaço da União Europeia sem custos adicionais e sem limites de dias, nem de volume de consumos. No entanto, há mecanismos de salvaguarda para as operadoras móveis, que evitam usos abusivos.
Na revista “The Economist”, um artigo de fundo sobre a necessidade de a União Europeia ter uma maior coordenação militar. O terrorismo, a ameaça russa, o caos no Médio-Oriente e a hipótese de Donald Trump na Casa Branca levam Bruxelas a ter de pensar seriamente no assunto e o problema foi abordado pelo presidente da comissão no discurso do estado da União, mas o artigo conclui que as propostas mais recentes “falharam o alvo”.
Mesmo a terminar, ainda o “Brexit” com o “Irish Independent” a dizer que “A saída deixou o Reino Unido isolado na União Europeia e que é preciso cultivar, rapidamente, outras parcerias”. No “Express”, destaque para o agora ex-Primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, que avisa Bruxelas: “outros países podem abandonar a União Europeia”. Itália é um deles.