Um tribunal comercial de Madrid instou a UEFA, esta quinta-feira, a "anular" o que considera uma "sanção disfarçada" contra os nove clubes que se retiraram do projeto da Superliga Europeia.
O 17.º Tribunal de Comércio de Madrid já havia proibido a UEFA, no passado mês de abril, de tomar medidas retaliatórias ou de excluir os 12 clubes fundadores da Superliga das competições que organiza.
No novo despacho, o juiz Manuel Ruiz de Lara solicita à UEFA que retire as sanções impostas aos nove clubes que desistiram da tentativa de criação da nova competição — anunciada de surpresa no dia 18 de abril — e que deixaram sozinhos o Real Madrid, o Barcelona e a Juventus.
Segundo o despacho conhecido esta quinta-feira, "as sanções impostas a determinados clubes fundadores da Superliga representam uma clara violação" da decisão do mesmo tribunal, tomada em abril.
A 7 de maio, a UEFA anunciou sanções, maioritariamente financeiras, contra os nove clubes, com os quais afirmou ter chegado a acordo, após as desculpas apresentadas e o reconhecimento do seu "erro".
Tottenham, Arsenal, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Liverpool, Atlético de Madrid, Inter de Milão e AC Milan deixaram oficialmente o projeto da Superliga. Em seguida, concordaram com uma série de "medidas de reintegração" propostas pela UEFA. As medidas incluíam a perda de 5% das receitas das competições da UEFA durante uma época, uma doação global de 15 milhões de euros às comunidades locais do futebol europeu ou uma multa de 100 milhões de euros.
O juiz pede que essas sanções fiquem "sem efeito imediato" e que a UEFA "se abstenha de tomar qualquer outra medida semelhante no futuro".
O magistrado também exortou a UEFA a cancelar o processo disciplinar contra Real Madrid, Barcelona e Juventus, que até agora foram suspensos pelo organismo europeu. Considera que foi um "desrespeito flagrante" da sua própria decisão de abril de proibir qualquer sanção.