O 112.º dia de guerra fica marcado por um alerta da ONU sobre a escassez de água potável em Severodonetsk, a cidade ucraniana que tem sido palco de intensas batalhas entre os dois lados do conflito.
As autoridades locais estimam que a Rússia detém controlo de 80% da cidade.
A UNICEF denunciou que os bombardeamentos na Ucrânia estão a matar e mutilar crianças.
A Reanscença resume os principais momentos de mais um dia de guerra.
ONU alerta para escassez de água em Severodonetsk
Um representante das Nações Unidas alertou que milhares de civis estão presos em Severodonetsk e há uma escassez de água potável cada vez maior na cidade.
Nos bunkers da planta química de Azot está a gerar-se uma situação dramática em que começa a faltar também "sanitização".
Alimentos e medicamentos são outras componentes que, igualmente, começam a ser escassos na região.
"Ambos os lados do conflito têm a obrigação de proteger civis. Eles têm de garantir que as pessoas que quiserem abadonar a cidade podem fazê-lo em segurança", apelou Saviano Abreu, da ONU, ouvido pela BBC.
Bombardeamentos na Ucrânia estão a matar e mutilar crianças
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) denunciou que os bombardeamentos na Ucrânia estão a matar e mutilar crianças e a impedi-las de regressar a "qualquer tipo de vida normal".
Segundo os últimos números do Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, um total de 277 crianças morreram e 456 ficaram feridas desde o início da guerra, principalmente devido à utilização de explosivos em áreas urbanas.
Em resposta, a UNICEF apelou na terça-feira para o fim dos ataques a infraestruturas civis e do uso de armas explosivas em áreas povoadas.
"Está a matar e mutilar crianças e a impedi-las de regressar a qualquer tipo de vida normal nas cidades e vilas que são as suas casas", disse a organização em comunicado.
Aliado de Putin diz que Ucrânia pode deixar de existir em dois anos
O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação da Rússia afirmou hoje que a Ucrânia pode deixar de existir nos próximos dois anos.
"Quem disse que a Ucrânia pode ainda estar nos mapas nos próximos dois anos?", escreveu Medvedev numa mensagem publicada na rede Telegram.
Dmitri Medvedev, chefe de Estado da Rússia entre 2008 e 2012, comentava desta forma a notícia de que Kiev está a tentar garantir o abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) para o próximo inverno através de um empréstimo dos Estados Unidos que a Ucrânia pretende saldar nos próximos dois anos.
Na mesma mensagem, Medvedev acrescenta que para Washington é indiferente perder fundos com empréstimos à Ucrânia porque, frisa, "os Estados Unidos já investiram muito no projeto anti-Rússia".
NATO defende entrega de “mais armas pesadas” à Ucrânia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu que o Ocidente deve enviar para a Ucrânia “mais armas pesadas” de maneira a combater a “brutal invasão” das forças russas na região ucraniana de Donbass.
“Sim, a Ucrânia deveria ter mais armas pesadas. Os aliados da NATO têm fornecido armas pesadas há algum tempo, mas estão agora a aumentar estes esforços”, realçou o responsável máximo da aliança militar durante uma conferência de imprensa em Haia, após uma reunião com líderes de sete países europeus na qual também esteve presente o primeiro-ministro português, António Costa.
Na terça-feira, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, indicou que o país apenas recebeu uma parte das armas que pediu, com o primeiro-ministro polaco a apontar que o Ocidente “não está a fazer o suficiente” para apoiar a Ucrânia.
Já esta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou mais mil milhões de dólares em armamento para a Ucrânia.
O chefe de Estado norte-americano detalha que a ajuda inclui artilharia adicional, armas de defesa da costal e ainda sistemas avançados de mísseis.