O eco-resort Zmar, em Odemira, acolhe atualmente 72 pessoas, imigrantes que ali foram alojados por viverem em locais sobrelotados ou sem condições de salubridade.
De acordo com o jornal Público, que cita informações do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches que ficou responsável por coordenar a resposta à pandemia de Covid-19 no Alentejo, desde o início de maio, já passaram pelo empreendimento turístico 110 pessoas, 38 das quais “foram, entretanto, realojadas noutros edifícios, por iniciativa própria ou das respetivas entidades empregadoras”.
Apesar de ter saído dos holofotes da comunicação social, o complexo turístico nunca teve tantas pessoas alojadas como agora.
Segundo o gabinete do secretário de Estado, o aumento do número de imigrantes no ZMar, deve-se ao realojamento dos 44 cidadãos que se encontravam temporariamente na Pousada de Juventude de Almograve, local onde foram instalados cidadãos com teste positivo à Covid-19 e sem condições de efetuar isolamento no respetivo domicílio.
O Governo não avança com uma data para o fim da cedência temporária das 34 habitações que o Estado acordou com o Zmar, através de um protocolo assinado com o Instituto do Turismo de Portugal, indicando que já foram gastos 425 mil euros com este acordo.
Já no que toca a soluções de médio e longo prazo para solucionar o problema de falta de habitação no concelho de Odemira, que afeta sobretudo as comunidades migrantes que trabalham na agricultura, o gabinete de Seguro Sanches remete para a autarquia de Odemira, que já elaborou a Estratégia Local de Habitação e é a entidade territorialmente competente para receber os pedidos de instalação de alojamento temporário amovíveis.
O complexo Zmar está encerrado, por falta de licenciamento, que caducou em dezembro de 2019, mas os proprietários das cerca de 160 das 260 casas de madeira e os migrantes podem utilizar as habitações. Mantém-se, no entanto, encerradas a maior parte das zonas comuns, como o restaurante, as piscinas, a salas de eventos e o spa.
A região de Odemira é marcada por grande exploração agrícola. O Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste algarvio tem dentro um perímetro de rega que tem cerca de 12 mil hectares no total e 1.500 hectares, ou 12%, são ocupados por estufas.
A situação dos trabalhadores agrícolas naquela região alentejana, levantou a questão do tráfico para exploração laboral.