A próxima cerimónia dos prémios norte-americanos Globos de Ouro está marcada para 10 de janeiro e voltará a ter transmissão televisiva, revelou hoje a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood.
Os Globos de Ouro foram atribuídos em janeiro passado, sem qualquer cerimónia televisiva, nem a presença de celebridades, com a associação a admitir uma profunda reforma, alterando procedimentos e códigos de conduta, para responder às críticas de corrupção e falta de diversidade.
Hoje, a organização revelou que a cerimónia da 80.ª edição dos Globos de Ouro - que eram considerados um dos mais importantes pontos de paragem da temporada pré-Óscares - decorrerá em Los Angeles, Califórnia, será transmitida na estação NBC e na rede de "streaming" Peacock.
Segundo a Associated Press, o acordo da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood com a NBC é para a transmissão de apenas uma cerimónia, ao contrário de anos anteriores, em que o acordo era a vários anos.
Nos últimos dois anos, a associação tem sido alvo de duras críticas por parte da indústria cinematográfica, sobretudo desde a divulgação de uma investigação do jornal norte-americano Los Angeles Times, em 2021, que levantava dúvidas sobre o funcionamento e conduta ética daquela organização.
Na investigação, o jornal traçava uma imagem de atuação duvidosa da associação, protecionista dos seus membros e desligada da realidade, denunciando que os membros recebiam remunerações avultadas, cuja proveniência não era transparente, e nem todos eram efetivamente jornalistas. .
A associação também foi criticada pela falta de diversidade nas escolhas dos nomeados para os prémios, atribuídos pela primeira vez em 1944.
Na semana passada, a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood anunciou que, pela primeira vez na sua história, nomeou profissionais não-membros da organização para votarem e escolherem os candidatos e os vencedores dos Globos de Ouro, num gesto inédito em nome da diversidade e do alargamento da assembleia de votantes.
De acordo com a associação, os 103 novos votantes são de 62 países, dos quais 43,5% são da Europa, 18,5% da América Latina, 17% da Ásia, 9% do Médio Oriente e 7% de África.
Entre eles está o jornalista e crítico de cinema Rui Pedro Tendinha. A associação conta com cerca de uma centena de membros, entre os quais os portugueses Rui Henriques Coimbra e Bárbara de Oliveira Pinto.