O Presidente francês, Emmanuel Macron, convocou os ministros do seu Governo para uma reunião de crise esta segunda-feira, na véspera do 10.º de mobilização social contra a reforma das pensões.
Na última semana, os franceses saíram diariamente às ruas contra o aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos, com protestos por todo o país. Foram registados atos de vandalismo e a polícia fez várias investidas. Dezenas de pessoas foram detidas e mais de 120 polícias ficaram feridos.
A Intersindical que tem lutado contra a reforma nas pensões anunciou um novo dia de greve e manifestações a 28 de março.
Macron, cujos índices de aprovação nas sondagens de opinião estão num nível muito baixo, disse na semana passada que aceitava a “impopularidade” em consequência da reforma.
Já a primeira-ministra, Elisabeth Borne, disse que, embora não houvesse nenhum plano para abandonar a legislação, estava pronta para um novo diálogo com os sindicatos.
“Temos que encontrar o caminho certo... Precisamos de calma”, disse em entrevista à AFP.
A partir desta segunda-feira, Borne tem agendadas várias reuniões, que decorrerão ao longo de três semanas, inclusive com membros do Parlamento, partidos políticos, autoridades locais e sindicatos.
Se os sindicatos aceitarem a proposta de negociações, espera-se que a primeira-ministra francesa coloque novas medidas em cima da mesa destinadas a aliviar o impacto da lei de pensões que visa empregos fisicamente exigentes e condições para trabalhadores mais velhos.
A tensão social por causa da reforma da Segurança Social e da contestação face ao aumento da idade de reforma dos 62 para os 64 anos levou mesmo ao adiamento da visita do rei de Inglaterra ao país.