Nos primeiros cinco meses de 2023, o número de pré-avisos de greve comunicados ao Ministério do Trabalho já representa 70% do total de greves contabilizadas ao longo de todo o ano de 2022.
De acordo com o Jornal Expresso, que cita dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, foram 754, representando um aumento de 67% face às 452 registadas no período homólogo de 2022 e também o maior número de paralisações contabilizadas no país em apenas cinco meses, desde 2016.
Na base das reivindicações estão o aumento dos salários e as progressões na carreira com a subida da inflação a servir de mote para os sindicatos pressionarem o Governo às atualizações salariais como forma de travar o poder de compra.
Tendo em conta os dados disponibilizados pela DGERT para maio de 2023, conclui-se que os 92 pré-avisos de greve comunicados nesse mês são na sua maioria referentes a carreiras ligadas à Administração Pública e Defesa, com Segurança Social Obrigatória, que representam 36% das greves comunicadas.
Na lista de contestações seguem-se os transportes (18%), a indústria transformadora (13%) e as atividades de saúde humana e apoio social (12%).
Como a contestação não dá sinais de abrandamento 2023 poderá mesmo ser o pior ano para o primeiro-ministro António Costa em matéria de greves.