Alqueva recebe o maior parque solar flutuante da Europa
09-05-2022 - 10:50
 • Reuters

Esta ilha artificial, no maior lago artificial da Europa Ocidental, faz parte do plano de Portugal para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados.

Vai nascer na albufeira do Alqueva, a partir de julho, o maior parque solar flutuante da Europa. Dois rebocadores deslocaram mais de 12.000 painéis solares flutuantes, do tamanho de quatro campos de futebol, para a sua ancoragem.

Miguel Patena, diretor do grupo EDP e responsável pelo projeto, revela que a eletricidade produzida a partir do parque flutuante, com capacidade instalada de 5 megawatts (MW), custa um terço da eletricidade produzida a partir de uma central alimentada a gás.

Os painéis da barragem do Alqueva, que é utilizada para gerar energia hidroelétrica, produzirão 7,5 gigawatt/hora (GWh) de eletricidade por ano, e vão ser complementados por baterias de lítio com capacidade para armazenar 2 GWh.

Vão abastecer 1.500 famílias com energia, ou seja, um terço das necessidades das cidades vizinhas de Moura e Portel.

"Este é o maior parque solar flutuante de uma barragem hidroelétrica da Europa, é uma referência muito boa", disse Patena, explicando que painéis solares deste tipo - montados em pontões de lagos, ou no mar - já foram instalados em vários locais, da Califórnia a lagos industriais poluídos na China, ajudando a reduzir as emissões de CO2.

O excesso de energia gerada em dias ensolarados, pode ser utilizado para bombear água para o lago, e ser armazenada para utilizar em dias nublados ou durante a noite.

Ana Paula Marques, membro do conselho executivo da EDP, disse que a guerra na Ucrânia mostrou a necessidade de acelerar a mudança para as energias renováveis.

Este projeto faz parte da estratégia da EDP, quer tem como objetivo "tornar-se 100% verde até 2030", com a energia hidroelétrica e outras renováveis a representar atualmente 78% dos 25,6 GW de capacidade instalada da EDP.

Esta ilha flutuante, no maior lago artificial da Europa Ocidental, faz parte do plano de Portugal para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados, cujos preços subiram desde a invasão russa da Ucrânia.