A recuperação económica não está a ser acompanhada por melhores contratos. A conclusão é do Observatório sobre Crises e Alternativas, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Além de maior precariedade, o Barómetro das Crises confirma a tendência para uma diminuição dos salários nos contratos permanentes.
A retoma económica não significou em 2017 mais qualidade nos empregos criados. De acordo com o Observatório sobre Crises e Alternativas, seria de esperar que houvesse uma melhoria dos termos contratuais, mas durante o ano passado não se verificou um reforço do peso dos contratos permanentes no total de novos contratos vigentes.
Até ao final de Outubro, os contratos sem termo aumentaram ligeiramente face a Maio, de 33,1% para 33,6%, mas os contratos a termo certo e outros tipos de contratação continuam em maioria.
O barómetro revela que, a par da precariedade nos novos contratos, há uma tendência para uma degradação da remuneração média dos novos contratos permanentes.,
Ao mesmo tempo, verifica-se uma subida da remuneração média dos contratos não permanentes, aproximando-se do salário mínimo nacional.
O Observatório das Crises alerta ainda para o facto de a retoma estar a ocorrer em actividades de serviços ligadas ao turismo, na maior parte dos casos com baixos níveis de qualificação, favorecendo o trabalho precário e mal remunerado.