O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, garante que a greve dos enfermeiros em curso já está a afetar a saúde individual dos doentes.
“Muitas pessoas não vão recuperar o seu estado de saúde”, garante Alexandre Lourenço.
O presidente da associação explica que muitos dos doentes afetados são vítimas de “trauma, na área da ortopedia, por exemplo, que têm de ter cirurgias de feridas, ou seja, não são feitas de urgência, têm de ser estabilizados e depois feita a cirurgia no máximo até 72 horas. Estes doentes estão a aguardar há já vários dias, dentro do SNS. Já temos efeitos sobre a saúde individual dos doentes”.
“Com a duração que a greve está a ter impede que exista qualquer procedimento de agendamento de cirurgias. Está a causa um transtorno enorme na atividade destes hospitais”, acrescenta.
Nestas declarações à Renascença, Alexandre Lourenço considera ainda que “era muito importante encontrar solução, impelir o Governo e os sindicatos e responsabilizá-los pela saúde individual dos doentes”.
Os enfermeiros dos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal estão em greve desde o dia 22 de novembro e admitem prolongar a paralisação até final do ano.
A greve foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderissem à paralisação.