O ex-dirigente da Frente Nacional Mário Machado vai sair em liberdade condicional na quarta-feira, mas horas depois ouve a sentença num outro processo em que é pedida a sua prisão preventiva, revelou esta segunda-feira o advogado.
Em declarações à agência Lusa, José Manuel Castro classificou de "espantosa coincidência" o facto de Mário Machado poder sair em liberdade condicional, porque já cumpriu cinco sextos de uma pena de dez anos de prisão, e horas depois tenha que ouvir, em Lisboa, a sentença de um tribunal colectivo sobre uma alegada tentativa de extorsão, em que o Ministério Público pede a sua prisão preventiva.
José Manuel Castro admite que, com isto, se tente evitar que Mário Machado possa ficar em liberdade condicional, apesar de já ter cumprido uma longa pena de cadeia.
Mário Machado, apontado como fundador do grupo neonazi Hammerskins Portugal, está actualmente preso na cadeia de Alcoentre e tem ordem para sair em liberdade condicional na manhã de quarta-feira.
Anteriormente, Mário Machado viu negado pelo Tribunal de Execução de Penas o pedido de liberdade condicional, mas chegou a beneficiar de saídas precárias antes de ser acusado de tentativa de extorsão, a partir da prisão, a um antigo cúmplice.
Em 2012, o Tribunal Criminal de Loures fixou em dez anos o cúmulo jurídico das penas de prisão aplicadas a Mário Machado, tendo para o cúmulo sido consideradas condenações relacionadas com discriminação racial, coacção agravada, posse ilegal de arma e ofensa à integridade física qualificada, entre outros ilícitos.