​Tragédia de Tondela pode “repetir-se em qualquer ponto do país”
15-01-2018 - 11:00

Alerta é deixado pela Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil.

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A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil garante que um acontecimento como o que aconteceu no passado fim-de-semana em Tondela “poderá repetir-se em qualquer ponto do país”.

“Acontece muitas vezes que estas associações, normalmente sem fins lucrativos, com pessoas dignas e que prestam um serviço importante aquelas populações, têm muitas dificuldades financeiras para corresponderem às necessidades muitas vezes de segurança para as actividades que desenvolvem”, explica à Renascença o presidente Ricardo Ribeiro.

No sábado à noite, deflagrou um incêndio na Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha. O fogo aconteceu numa altura em que se encontravam mais de 60 pessoas na associação, muitas das quais a participar num torneio de sueca. Oito pessoas morreram e 38 ficaram feridas.

“O fogo, a temperatura, o fumo provoca no ser humano uma reacção de pânico e, segundo os relatos, a porta era estreita e ficava ao fundo de uma escada o que fazia com que todas as pessoas quisessem empurrar. O que era importante, para além da porta abrir para fora que era fundamental, era também ter barras antipânico, mas não só. As medidas de segurança devem elas ser todas complementares umas às outras”, defende.

Ricardo Ribeiro diz ainda à Renascença que “praticamente não há” fiscalização a este tipo de espaços, que muitas vezes são construídos a pensar num fim e depois utilizados para outros.

“Por exemplo, um determinado salão está feito para ser um ginásio ou para se fazer reuniões da direcção e de repente, ao fim-de-semana, acolhe um baile. Bom, a reunião tem lá 20 ou 30 pessoas e no baile se calhar leva 200”, remata.

A Câmara de Tondela decretou três dias de luto municipal, na sequência do incêndio ocorrido no sábado à noite.

“A tragédia ocorrida nesta associação deixou o concelho de Tondela mergulhado num novo sentimento de dor e consternação”, refere a autarquia, numa alusão também aos incêndios florestais de há três meses, que percorreram quase 180 quilómetros quadrados do concelho, provocando três vítimas mortais (duas directas e uma indirecta) e muita destruição.