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O Presidente da República visitou hoje uma escola básica em Lisboa em sinal de apoio à retoma do ensino presencial como "peça essencial no processo de abertura", que disse esperar que não seja de "avanços e recuos".
Uma semana depois da reabertura de creches, jardins de infância e escolas do primeiro ciclo, Marcelo Rebelo de Sousa esteve cerca de duas horas na Escola Básica Parque Silva Porto, em Benfica, que tem ensino bilingue de alunos surdos.
Segundo o chefe de Estado, esta visita "quer significar a importância do ensino presencial, do convívio presencial" e "para isso foi escolhida uma escola, um agrupamento escolar muito especial", que "é um exemplo de integração a todos os níveis e também de afirmação do papel da escola".
"A escola tem um papel essencial. Foi bem escolhido da parte do Governo - e teve o apoio do Presidente da República - o ser a escola uma peça essencial no processo de abertura", afirmou o Presidente aos jornalistas, admitindo que o estado de emergência poderá continuar até maio.
Marcelo Rebelo de Sousa participou em trabalhos de artes plásticas, numa aula de percussão com alunos surdos e assistiu sentado entre as crianças à Hora do Conto com língua gestual, no final da qual um rapaz lhe perguntou: "Por que é que tu fechaste as lojas?".
"Estão quase a abrir. A algumas já se pode ir comprar, mas qualquer dia já podem abrir mais, depois das férias da Páscoa já abrem mais", respondeu o Presidente da República.
Em declarações à comunicação social, o chefe de Estado quis deixar "uma palavra de esperança" em relação ao processo de desconfinamento e manifestou o desejo de que "seja possível depois da Páscoa ir abrindo de acordo com o calendário já conhecido as escolas de todo o país, e a atividade social, comunitária, económica de todo o país".
"Para isso é fundamental que os portugueses, quer no período que se avizinha da Páscoa, quer depois, com a abertura progressiva, compreendam a importância do passo que está a ser dado. Todos nós queremos que seja um passo o mais definitivo possível, que não seja um avanço para um recuo, porque já tivemos a experiência de avanços e recuos", acrescentou.
Portugal regista esta segunda-feira mais 16 mortes e 248 novos casos de Covid-19, avança o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). É o menor número de novas infeções desde 1 de setembro.
Portugal tem uma incidência de 81,3 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes e o índice de contágio R(t) está nos 0.89, indica a Direção-Geral da Saúde. Estes valores estão dentro dos parâmetros "verdes" definidos para manter o desconfinamento.
O único município que na semana passada apresentava risco extremo de infeção por Covid-19 registou, nos últimos dias, uma quebra no número de novos casos. O Funchal contabiliza, de acordo com a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS), uma incidência de 915 casos por 100 mil habitantes.
Portugal volta, assim, a abandonar o risco máximo, com cerca de 96% dos municípios com uma incidência cumulativa a 14 dias inferior a 240 casos por 100 mil habitantes. No total, são 37 os concelhos com incidência igual a zero.