O Papa Francisco vai acompanhar "como peregrino", na sexta-feira, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, a Via-Sacra que terá como tema de fundo "a "vulnerabilidade e a fragilidade" com que todos se confrontam no dia a dia.
O padre João Goulão, diretor do Centro Universitário Padre António Vieira, disse esta quinta-feira, em conferência de imprensa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nas 14 estações da Via-Sacra, que decorrerá ao longo de cerca de 90 minutos, que o Papa estará no palco, acompanhando o desenrolar da celebração como os restantes peregrinos.
Quanto aos temas que vão ser refletidos, estão "a fragilidade e as feridas que todos atravessam (...), a fragilidade da Igreja, a fragilidade da sociedade", com base numa "grande auscultação mundial, através do Dicastério dos Leigos e da Família.
Este dicastério, que tem um órgão dedicado à Juventude, criado em 2018 "permitiu, com o contributo de 20 jovens dos cinco continentes, agrupar as fragilidades sentidas pela juventude em todo o mundo", acrescentou.
Assim, desde a saúde mental que "preocupa tanto e dilacera" a juventude, bem como "a solidão, a guerra, a luta por um futuro, a precariedade laboral, o desemprego" são temas abordados na Via-Sacra de sexta-feira, segundo aquele padre jesuíta.
O objetivo, é ver como, "a partir da experiência da fé e, sobretudo, a partir da experiência estética, nós podemos contemplar alguma coisa que, a partir da ferida e da fragilidade, se pode abrir alguma janela de luz, de esperança e de recomeço".
Outro dos temas que vai estar em relevo numa das estações da Via-Sacra serão os abusos, pois como sublinhou o padre João Goulão, "faria todo o sentido que na estação relativa à violência" os abusos dentro da Igreja fossem nomeados.
Na segunda estação - "Jesus toma a Cruz aos ombros" -, a reflexão refere que "o mundo onde vivemos talvez não seja muito diferente. Guerras, atentados, tiroteios, em massa, mas também violência nos casamentos e nos namoros, abusos de crianças, "bulling", abusos de poder, famílias onde se atiram palavras que são piores que pedras".
A Via-Sacra tem início às 18h00, no Parque Eduardo VII, e terá tradução simultânea em polaco, francês, espanhol, italiano e inglês, que poderão ser acedidas pelos peregrinos através de frequências de rádio.
Este será o segundo grande evento do Papa Francisco nesta Jornada, depois da cerimónia do Acolhimento que tem lugar na tarde desta quinta-feira.
A JMJ decorre até domingo, com os principais momentos a decorrem na zona de Lisboa, tendo Francisco uma deslocação a Fátima prevista para a manhã de sábado.
Neste encontro mundial de jovens com o Papa são esperados mais de um milhão de peregrinos.