A Igreja Católica Portuguesa quer alargar o tempo de preparação dos candidatos ao sacerdócio antes de ingressarem nos seminários.
O objetivo é que os novos padres vivam “uma experiência de discernimento muito séria” prévia ao seminário, explicou esta sexta-feira o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
“Vamos preparar muito seriamente a entrada e a formação [dos novos sacerdotes]. É isso que se pretende”, adiantou à Renascença o cardeal patriarca de Lisboa, à margem do congresso internacional sobre as problemáticas dos seminários, que decorre em Braga.
A proposta faz parte da “Ratio nationalis Institutionis Sacerdotalis: O Dom da Vocação Presbiteral”, documento a ser aprovado, em breve, pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Segundo D. Manuel Clemente, o documento prevê “um novo modelo” de formação de sacerdotes que “responda às lacunas identificadas”. Entre essas lacunas está “a pouco maturidade, fraca ligação à sociedade ou de participação de senhoras na formação dos seminaristas”, especificou.
“O que estamos a fazer, porque isto não se faz de um momento, é que ninguém entre no seminário propriamente dito, sem ter feito uma experiência de discernimento muito séria quer a nível humano, psicológico, doutrinal, cultural para saber o que quer e o que a Igreja pretende dos seus pastores”, explicou.
A versão final do documento "Ratio nationalis Institutionis Sacerdotalis: O Dom da Vocação Presbiteral” deverá ser apresentada, em breve, pela CEP. É o resultado da adaptação à realidade portuguesa do documento da Santa Sé.