O eurodeputado Paulo Rangel considera que o caso Manuel Pinho "coloca todo o Governo de José Sócrates sob forte suspeita" e acusa António Costa de se "esconder" da polémica.
"António Costa anda escondido e ainda não disse nada sobre isto. Tem que dizer alguma coisa, o Partido Socialista tem que vir dizer alguma coisa, aliás porque este Governo de 2005 a 2009 e, depois, de 2009 a 2011, de José Sócrates, está sob forte suspeita. E nos primeiros quatro anos foi um Governo de maioria absoluta do Partido Socialista", diz Rangel, no programa "Casa Comum", da Renascença.
O opositor de Rangel neste debate, o socialista Fernando Medina, contesta a tese de Rangel, considerando que se trata de "um acto individual" de Manuel Pinho que não é passível de "extrapolação política".
Medina defende, contudo, que o silêncio de Pinho faz questionar as suas decisões enquanto ministro, o que é "muito prejudicial para a imagem dos políticos e da vida pública".
"Manuel Pinho já devia ter respondido à pergunta 'é verdade ou não' [que recebia do BES]'", defende Fernando Medina, para quem "é insustentável pensarmos que isto possa ter acontecido".
"Estranha dualidade de critérios"
Esta quarta-feira, em declarações à TSF, Carlos César disse sentir-se "envergonhado" com o caso Manuel Pinho, um que vem tornar a vergonha do PS "ainda maior" e que, a confirmar-se, "deve ser punido", sublinhou.
Na entrevista, o líder da bancada parlamentar socialista não poupou críticas ao próprio partido, traçando um paralelismo entre a forma como reagiu às denúncias sobre o antigo ministro da Economia e ao caso José Sócrates.
"A confirmar-se é uma situação incompreensível e lamentável", disse o líder da bancada socialista. "É através de uma Comissão de Inquérito, a nosso ver, que melhor se poderá resolver este assunto", acrescentou.