A presidência russa negou esta sexta-feira qualquer envolvimento na presumível morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que protagonizou uma revolta contra as chefias militares de Moscovo em junho passado.
"Trata-se de uma mentira absoluta", respondeu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado sobre as insinuações ocidentais de que a presidência russa teria ordenado o assassinato de Prigozhin.
O porta-voz do Presidente Vladimir Putin disse que a questão da queda do avião em que viajaria Prigozhin tem de ser abordada "com base em factos", e não em especulações.
"Neste momento, há muita especulação em torno do desastre aéreo e da trágica morte dos passageiros, incluindo Yevgeny Prigozhin, e todos nós sabemos que tipo de especulação está a acontecer no Ocidente", afirmou, citado pelas agências estrangeiras.
As autoridades russas disseram que Prigozhin estava na lista de passageiros do avião que se despenhou na quarta-feira, por razões desconhecidas, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, onde se situa a sede do grupo Wagner.
A morte do chefe do Wagner continua a ser presumida, uma vez que os testes de ADN para identificar os corpos das 10 pessoas que estavam a bordo do avião ainda não foram concluídos.
Os investigadores não se pronunciaram sobre as pistas que estão a ser examinadas, não mencionando nem a teoria de um acidente nem a de uma bomba, de um míssil ou de um erro de pilotagem.
A queda do avião associado ao grupo Wagner levantou imediatamente suspeitas de um assassinato orquestrado ao mais alto nível do poder russo.
Altos funcionários em Washington, Paris, Berlim e Kiev deram a entender que as suspeitas recaíam diretamente sobre o Kremlin.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, em declarações aos jornalistas na quarta-feira, disse acreditar que Putin estava provavelmente por detrás do acidente.
"Não sei de facto o que aconteceu, mas não estou surpreendido. Não há muita coisa que aconteça na Rússia que não tenha a participação de Putin", afirmou na altura.