Deverá arrancar este domingo a campanha para vacinar centenas de milhares de crianças contra a poliomielite na Faixa de Gaza, durante pausas humanitárias temporárias na guerra entre Hamas e Israel.

As agências da ONU e as autoridades locais de saúde da Faixa de Gaza estão a lançar uma campanha ambiciosa para vacinar 640 mil crianças contra a doença altamente incapacitante.

A implementação depende de uma série de pausas localizadas nos combates entre as forças israelitas e os combatentes do Hamas, estando a primeira janela marcada para começar este domingo.

A OMS confirmou, a 23 de agosto, que pelo menos um bebê ficou paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso na Faixa de Gaza em 25 anos.

Para além da poliomielite, existe uma elevada incidência de doenças infeciosas da pele, bem como de diarreia e um surto de mais de 40 mil casos de hepatite A, que se propagou especialmente em campos de deslocados sobrelotados.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) pediu esta semana um cessar-fogo humanitário imediato de três dias na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo islamita Hamas, para permitir a vacinação da população perante a propagação da poliomielite.

"A rápida propagação da poliomielite ameaça todas as crianças de Gaza, já enfraquecidas pela deslocação, privação e má nutrição. Apelo a um cessar-fogo humanitário imediato de três dias para permitir a vacinação pela Organização Mundial de Saúde [OMS] e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância [UNICEF] - independentemente de negociações mais alargadas", pediu Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).