As autoridades judiciais norte-americanas anunciaram, esta terça-feira, o desmantelamento de uma rede internacional de pirataria informática conhecida como Qakbot, que infetou mais de 700 mil computadores em todo o mundo e custou milhões de dólares às vítimas de resgate.
A operação internacional para neutralizar as infraestruturas da rede foi realizada em cooperação com as autoridades policiais e judiciais francesas, britânicas, alemãs, holandesas, romenas e letãs, disse o procurador federal dos EUA Martin Estrada, numa conferência de imprensa em Los Angeles, referindo que foram apreendidos 8,6 milhões de dólares em criptomoedas.
Em comunicado, o Ministério Público francês confirmou a participação de França, Alemanha e dos Países Baixos na operação, que decorreu em 26 de agosto.
Segundo a mesma fonte, das mais de 700.000 máquinas atacadas, 26.000 estavam localizadas em França e mais de 200.000 nos Estados Unidos, de acordo com a polícia federal norte-americana.
A proliferação de computadores pirateados pelo Qakbot, lançado em 2008, tornou-o "o 'malware' de eleição dos cibercriminosos em todo o mundo", explicou Estrada.
Nos últimos 18 meses, as operações de pirataria informática facilitadas pelo Qakbot custaram às suas vítimas um total de 58 milhões de dólares em resgates (cerca de 53 milhões de euros).
Entre as visadas em todo o território dos Estados Unidos contam-se uma empresa de engenharia energética, empresas de serviços financeiros, empresas de distribuição alimentar e um produtor de equipamentos de defesa.
O procurador não fez referência a quaisquer suspeitos ou detenções, sublinhando que a investigação continua.