Entraram os primeiros camiões de ajuda humanitária em Gaza desde 7 de outubro. A informação da potencial abertura da fronteira de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, na manhã deste sábado, foi inicialmente avançada pela embaixada dos Estados Unidos da América em Israel. Pouco depois das 8h, as imagens de televisão mostraram a entrada de 20 dos mais de 200 camiões com ajuda humanitária em Gaza.
O contingente de camiões que transportou, este sábado, ajuda humanitária para Gaza é do Crescente Vermelho do Egito, responsável por entregar a ajuda humanitária de várias agências das Nações Unidas. A fronteira fechou após a passagem dos 20 camiões acordados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quatro dos seus camiões fazem parte desse contingente. Nos camiões segue medicação para 1.500 pessoas com doenças crónicas, mantimentos de saúde para 300 mil pessoas por três meses, sacos portáteis de trauma para a estabilização no local de 235 pessoas e ainda mantimentos de trauma para 1.200 pessoas.
Em comunicado, a embaixada norte-americana tinha antecipado que "muitas pessoas tentarão cruzar se a fronteira abrir, e os cidadãos dos Estados Unidos que tentarem entrar no Egito devem esperar um ambiente potencialmente caótico e desordeiro em ambos os lados da fronteira".
A representação dos EUA em Israel declarou ainda que, caso a fronteira abra mesmo este sábado, não sabe quanto tempo se manterá assim. A situação, diz, "permanece fluída e dinâmica, e o ambiente de segurança é imprevisível", acrescenta a embaixada.
De acordo com a Al Jazeera, o Hamas espera que os 20 camiões que vão atravessar a fronteira transportem medicamentos e outros materiais médicos, assim como "uma quantidade limitada de bens alimentares (enlatados)".
Mais de 200 camiões, com cerca de 3.000 toneladas de bens para auxílio à população, estavam posicionados junto à fronteira do Egito com a Faixa de Gaza esta sexta-feira. O fornecimento de água a Gaza é uma das principais questões, já que esta está cortada há mais de dez dias.
Outra questão é o fornecimento de combustível, importante para os geradores dos hospitais, que tanto tratam os feridos dos ataques aéreos na Faixa de Gaza como albergam um número cada vez maior de pessoas deslocadas. Israel não terá concordado com a entrada de combustível em Gaza.
A fronteira em Rafah é a única passagem de e para a Faixa de Gaza que não é controlada por Israel, que mantém o enclave palestiniano sob bloqueio económico desde 2007, ano em que o Hamas assumiu o controlo do território.
Este sábado realiza-se a Cimeira do Cairo, com a intenção de discutir um possível caminho para a paz na Palestina. O encontro, promovido pelo Presidente do Egito, junta representantes de vários países, entre eles Mahmmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestiniana, o representante diplomático da União Europeia, Josep Borrell e António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas.
[atualizada às 9h37]