Ricardo Oliveira, sócio e acionista da SAD, não fecha a porta a uma candidatura à presidência do Sporting, em entrevista a Bola Branca.
As eleições do Sporting deverão realizar-se em março ou abril de 2022. Questionado pela Renascença sobre uma possível candidatura, Ricardo Oliveira admite estar "sempre disponível" para ajudar o clube.
"É um bocado cedo para estarmos a falar sobre isso, porque existe uma direção eleita. Eu estou e sempre estarei disponível para ajudar o Sporting. Não faço críticas para prejudicar ninguém no Sporting, mas sim para fazer um Sporting melhor. Julgo que eu e todos os sportinguistas. Quanto ao futuro, haverá eleições em março ou abril e toda a gente sabe que não estou contente com esta equipa de gestão do Sporting", refere o gestor, que integrou a lista de Dias Ferreira em 2018.
Prémios só quando as contas estão boas
A possibilidade de o atual presidente do Sporting, Frederico Varandas, prescindir do aumento de remuneração a que tem direito na SAD não cala o desconforto de Ricardo Oliveira com a gestão do antigo médico:
"Incomoda-me quando querem ganhar mais quando o Sporting apresenta resultados negativos de 32 milhões negativos. Eu não faria isso e não o faria qualquer pessoa com bom senso. Numa altura de Covid-19 e de crise, estar a direção a dizer que quer poder fazer o aumento? Isso devia ser submetido aos sócios. Estes senhores do Conselho Diretivo vão para as assembleias da SAD já com a vitória garantida. A votação já está decidida. Acho mal é que eles possam ser juízes em causa própria. Se perguntam aos sócios se podem mudar os nomes das portas, porque não perguntam aos sócios se querem aumentar os salários deles?"
Ricardo Oliveira defende que os prémios de gestão se justificam apenas quando há bons resultados financeiros: "Prémios por resultados desportivos daria à equipa técnica, aos jogadores e a toda essa gente."
"Nem é permitido pela lei, quando há resultados negativos, distribuir dividendos, mas estes senhores querem receber prémios? Decidirem dar um prémio, quais é que eram os objetivos e quanto é que se vai dar depois de terem sido campeões, para mim, ainda é pior. É porque alguma coisa está mal aqui", assinala o gestor e acionista da SAD do Sporting.
Preço de Paulinho continua por esclarecer
Uma das críticas que Ricardo Oliveira tece à direção de Varandas refere-se à compra de Paulinho, sobre a qual entende que ainda há questões por explicar. Nomeadamente, quanto custou, de facto, ao Sporting:
"O Paulinho não custou 16 milhões de euros. Efetivamente, há uma saída de caixa do Sporting de 16 milhões de euros, mas depois temos de ver que com essa transação há uma série de operações que estão relacionadas. Se quiserem dizer qual é o valor absoluto do Paulinho, numa avaliação em que saem das contas do Sporting, dos ativos do Sporting, sejam eles em demonstrações, em 'cash flows', o que quiserem, saem do Sporting 22,9 milhões de euros. Não venham dizer que o Paulinho custou 16 milhões."
O caso do Barcelona serve para Ricardo Oliveira advertir para o rumo que as finanças do Sporting estão a tomar e acusa a Mesa da Assembleia Geral de tentar "convencer que as contas do Sporting são boas".
"As contas do Sporting são más. Vejam o Barcelona, que ganhou uma série de campeonatos nos últimos anos. Vejam a situação em que está neste momento. É para aí que queremos levar o Sporting? Não. Eu não gostava de ver o Sporting assim. As contas são más. São muito más. São perigosas. O Sporting vai num rumo perigoso", alerta o acionista.