A obesidade de crianças e adolescentes aumentou 10 vezes desde 1975. Segundo o estudo do Imperial College de Londres e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade juvenil ultrapassará a insuficiência de peso até 2022.
Este relatório é divulgado no âmbito do Dia Mundial da Obesidade.
"Esta tendência preocupante reflecte o impacto do marketing alimentar e das políticas de todo o mundo: a alimentação mais saudável e nutritiva é demasiado cara para as famílias mais pobres. As previsões apontam para uma geração de crianças e adolescentes obesos com maior risco de doenças, como diabetes", afirma o coordenador do estudo, Majid Ezzati, do Imperial College de Londres.
"Precisamos formas de tornar a comida saudável acessível em casa e nas escolas, especialmente em comunidades mais pobres". Outra medida essencial para combater o problema "é criar leis e taxas para proteger os mais novos de alimentos pouco saudáveis", acrescenta o mesmo responsável.
"Esta é uma crise de saúde global", garante Fiona Bull, que coordena o programa de vigilância e prevenção de doenças de notificação não obrigatória da OMS, notando que a situação "se agravará nos próximos anos, se não se tomarem medidas drásticas".
A OMS já iniciou o combate contra a obesidade infantil, com a recomendação de políticas nesse sentido, e um plano cujas orientações serão hoje publicadas. Promover a redução drástica do consumo dos alimentos baratos e ultraprocessados e altos teores de calorias e gorduras, e favorecer a atividade física e os desportos são duas dessas orientações.
Este estudo analisou ao longo de quatro décadas (entre 1975 e 2016), os dados do peso, altura e índice de massa corporal de mais de 130 milhões de pessoas com mais de cinco anos - 31,5 milhões entre os 5 e os 19 anos, e 97,4 milhões com mais de 20 anos. Segundo os autores, é o maior estudo epidemiológico alguma vez realizado. e mostra que a tendência para aumento de número de jovens obesos ganhou maior velocidade desde 2000. Em 1975, 1% cento das crianças e jovens a nível mundial tinham peso em excesso, ao passo que em 2016 essa percentagem alcançou os 8%.