Ex-presidente do INEM já está a ser interrogado
14-12-2016 - 19:32

Luís Cunha Ribeiro é um dos quatro arguidos após investigação sobre o negócio do plasma sanguíneo.

O interrogatório de Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM que foi detido na quarta-feira, começou por volta das 19h00 depois do advogado ter consultado os autos do processo sobre o negócio com plasma, disse Lusa fonte do Tribunal.

Segundo a mesma fonte, até ao momento o advogado de Luís Cunha Ribeiro, José Lobo Moutinho, esteve a consultar os autos do processo antes da juíza de instrução criminal Cláudia Pina dar início ao interrogatório com a identificação do arguido e perguntar-lhe se quer prestar declarações.

Quatro arguidos, incluindo o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e do INEM que está detido, é o balanço da investigação sobre o negócio do plasma sanguíneo.

Luís Cunha Ribeiro foi detido na quarta-feira no decorrer da investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ e do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa que investiga factos susceptíveis de integrarem a prática de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

Foram realizadas mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, duas buscas em escritórios e locais de trabalho de advogados e outras em território suíço.

"No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inactivado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", referiu a nota da PGR.

Para o efeito, "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro", acrescentou.

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015 e os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões com a ajuda de terceiros.