A Universidade do Algarve (UAlg) foi alvo de um ciberataque, na sequência do qual os piratas informáticos tiveram acesso a dados pessoais de candidatos, estudantes e funcionários.
Segundo revelou à Renascença o reitor da instituição, a extração da informação foi possível com o acesso a “um dos servidores das bases de dados de utilizadores do sistema académico”.
Paulo Águas explicou que no portal da Universidade estão publicitados “os planos de estudos com as unidades curriculares, onde se pode clicar para saber o programa, os métodos de avaliação e foi por essa via que os atacantes conseguiram entrar no sistema, tendo acesso a estas bases de dados de utilizadores do sistema académico”.
Segundo o reitor da UAlg, o ataque decorreu entre os dias 14 e 19 de novembro e só ao sexto dia, na última terça-feira, a ameaça foi eliminada, após a correção do sistema.
Paulo Águas salientou que a situação foi detetada “numa operação de rotina dos serviços de informática, que detetaram uma ocupação anormal de um dos servidores, que levou a que investigassem e detetassem que havia uma extração de dados”.
Na sequência deste ciberataque foram extraídos dados pessoais como, a “conta de e-mail, nalguns casos o telefone e em menor número estavam números de IBAN”, disse Paulo Águas.
Nestas declarações à Renascença, o reitor da Universidade do Algarve admitiu que a extração de dados afetou um número significativo de estudantes e professores da comunidade académica.
Esta ataque foi reportado à Polícia Judiciária, ao Centro Nacional de Cibersegurança e à Comissão Nacional de Proteção de Dados.
Especialista alerta para eventuais “esquemas” através do telefone
Na sequência da extração de dados, que ocorreu com o ciberataque à Universidade do Algarve, a Renascença falou com Rui Duro, diretor-geral da Checkpoint Portugal, que alerta para eventuais “esquemas”.
Este especialista em cibersegurança acredita que os dados “extraídos vão ser vendidos a terceiros, na darknet” e a partir daí são utilizados com o objetivo de extorquir dinheiro.
Rui Duro alerta para o facto destas pessoas terem de estar preparadas para “receber chamadas nos próximos tempos, não, se calhar já na próxima semana, mas nos próximos meses, vão começar a receber com muita regularidade chamadas telefónicas de diferentes atores, umas em inglês outras em português”.
Rui Duro alerta que este “vai ser o novo normal para estas pessoas”, destacando que “vão receber chamadas com diferentes tipos de esquemas, para dizer que estão a ligar para lhes dar suporte de um operador de software ou de pessoas a dizer que têm uma carteira de criptomoedas e querem ajudar a libertar essa carteira”.
De acordo com este especialista, estes “são os esquemas mais conhecidos”, avisando que nestes telefonemas “vão usar os dados das pessoas para dizer que sabemos o seu e-mail, o seu nome e até o seu IBAN” para as tentar enganar.
[notícia atualizada]