A cadeia de hotéis Hilton está a ser acusada por vários grupos muçulmanos de todo o mundo de cumplicidade com o genocídio dos uigures, na China.
Em causa está a construção planeada de um hotel Hampton by Hilton, no local de uma mesquita que foi demolida pelas autoridades chinesas, como parte da sua campanha de perseguição e destruição da cultura daquela etnia.
Os uigures são uma minoria na China e vivem sobretudo na região de Xinjiang. Nos últimos anos tem havido movimentações por parte de ativistas uigures para reivindicar maior autonomia e defesa da sua cultura naquele país comunista, incluindo alguns atentados terroristas. A resposta da China tem sido dura, com proibição de manifestações externas da cultura uigure, que é fortemente marcada pelo Islão. Essas perseguições vão da demolição de mesquitas até à proibição de uso de barbas por parte dos homens muçulmanos.
Recentemente tornou-se público que há cerca de um milhão de uigures em “campos de reeducação”, o que marca a maior detenção em massa de membros de um grupo étnico desde a Segunda Guerra Mundial.
A decisão da Hilton de construir um hotel naquele local provocou a revolta de grupos muçulmanos e de associações de defesa dos direitos humanos um pouco por todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, onde a Hilton está sedeada.
“Se a corporação Hilton avançar com a construção de um hotel Hampton no local de uma mesquita demolida, estarão a ser cúmplices do Governo chinês na sua campanha de apagamento cultural contra os uigures. Colaborar neste apagamento equivale a colaborar no seu genocídio”, diz o Concelho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR), num comunicado.
Segundo a agência Religion News Service este não será o primeiro caso de um hotel construído por cima do local de uma mesquita em Xinjiang, onde outros métodos usados pelo regime comunista chinês incluem a esterilização e aborto forçados, casamento forçado de mulheres uigures com membros da maioria étnica han e o encorajamento de migração interna de etnias maioritárias para a região.