O balanço provisório do sismo de magnitude 7,2 que atingiu no sábado o sudoeste do Haiti aumentou para 1.297 mortos e mais de 5.700 feridos, segundo os serviços de proteção civil do país.
Além das pessoas dadas como desaparecidas, “muitas outras estão sob os escombros”, sublinhou em comunicado a Proteção Civil, precisando que perto de 3.200 feridos foram internados em diversos hospitais.
Milhares de pessoas ficaram desalojadas no sudoeste do país, onde prosseguiram no domingo, entre habitantes e equipas de resgate, os esforços para encontrar sobreviventes por entre os escombros, com meios limitados e ainda sob o efeito de réplicas do forte sismo.
Maquinaria pesada, vários camiões e retroescavadoras estavam ocupados a deslocar placas de betão dos edifícios destruídos na cidade de Cayes, perto do epicentro do sismo, a cerca de 160 quilómetros da capital haitiana, Port-au-Prince, constatou a agência noticiosa francesa AFP no local.
O terramoto, que também foi sentido na República Dominicana (com a qual o Haiti divide a ilha de Hispaniola) e em Cuba, e que já faz parte dos dez sismos mais letais dos últimos 25 anos na América Latina, ocorreu às 8h29 (13h29 de Lisboa), a cerca de 12 quilómetros da cidade de Saint-Louis-du-Sud, situada a 160 quilómetros da capital haitiana, Port-au-Prince, com epicentro a 10 quilómetros de profundidade, segundo dados do Instituto Norte-Americano de Geofísica (USGS).
Perto de 30.000 casas ficaram destruídas ou danificadas.
As operações de resgate das vítimas poderão, entretanto, ver-se comprometidas pela aproximação da tempestade tropical Grace, com um risco de chuvas torrenciais e de inundações rápidas, segundo o serviço nacional de meteorologia dos Estados Unidos.
Profissionais e medicamentos foram já encaminhados pelo Ministério da Saúde para a península sudoeste, mas a logística de emergência está também em perigo devido à insegurança que mina o Haiti desde há meses.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que decretou o estado de emergência nos quatro departamentos afetados pela catástrofe, já agradeceu à comunidade internacional.
O país guarda na memória o sismo de 12 de janeiro de 2010, com magnitude 7, que destruiu a capital e várias cidades de província. Mais de 220.000 pessoas morreram e mais de 300.000 ficaram feridas na catástrofe que deixou desalojados mais de 1,5 milhões de haitianos, colocando as autoridades e a comunidade internacional perante o colossal desafio de reconstrução de um país sem registo de propriedade de terras ou regras de construção.