A historiadora inglesa Bettany Hughes é a vencedora do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural 2018, anunciou este sábado o júri do prémio europeu.
“Este prémio inspira-me a redobrar os meus esforços no sentido de apoiar, celebrar e salvar o património da Europa”, disse a historiadora inglesa na reação ao o anuncio do prémio.
Além de historiadora, Bettany Hughes é também editora e apresentadora de programas de televisão e de rádio. O prémio, que no ano passado foi entregue ao realizador Wim Wenders, “pretende homenagear a personalidade excecional de Hughes, demonstrada repetidamente na sua maneira de comunicar o passado de forma popular e entusiasmante” explicam em comunicado os responsáveis por este galardão, que será entregue em Lisboa no próximo dia 15 de novembro numa cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian.
Instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) em cooperação com a Europa Nostra, a principal organização europeia de defesa do património e que o CNC representa em Portugal, e o Clube Português de Imprensa, este prémio distingue quem contribui para a proteção e divulgação do património cultural e dos ideais europeus.
No seu trabalho Bettany Hughes tem apostado em dar a conhecer nos últimos vinte e cinco anos, o passado da Europa e as suas raízes. A História e a Cultura da Antiguidade e da Idade Média são a área privilegiada do seu trabalho. Autora de três livros, esta historiadora tem a sua primeira obra “Helena de Troia: Deusa, Princesa, Prostituta” (2005) editado em português pela Alêtheia e o seu segundo livro, “The Hemlock Cup: Socrates, Athens and the Search for the Good Life” (2010) esteve entre os finalistas do Writers Guild Award.
Bettany Hughes tem também ampla presença nos media. Apresentou mais de cinquenta programas de rádio e televisão para a britânica BBC, Channel 4, Discovery, PBS, Canal História, National Geographic, Discovery, BBC World e ITV. Este trabalho mediático de divulgação da História já somou mais de 250 milhões de espectadores em todo o mundo.
Abrir portas à nossa herança
Em nome do Júri do Prémio Europeu, Maria Calado - Presidente do Centro Nacional de Cultura – sublinha que “Bettany Hughes conta histórias do passado que atravessaram milénios, mantendo o seu significado nos dias de hoje. Na sociedade atual, a influência do nacionalismo e do populismo parecem crescer facilmente, tornando-se vital construir uma visão da nossa identidade multifacetada e abrir as portas para a rica herança de que beneficiamos”.
O Prémio que agora recebe e que tem o apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal mereceu já a reação de Bettany Hughes. A historiadora disse: “Estou, de facto, muito emocionada com a decisão do júri. Foi uma surpresa maravilhosa e sinto-me verdadeiramente honrada, tanto pela escolha como pela associação ao nome de Helena Vaz da Silva. Este prémio inspira-me a redobrar os meus esforços no sentido de apoiar, celebrar e salvar o património da Europa.”
Membro da Universidade de Oxford, Bettany Hughes tem também um destacado empenho académico, deu aulas em Oxford e em Cambridge, bem como Cornell, Bristol, UCL, Maastricht, Utrecht e Manchester. Atualmente é tutor no Institute of Continuing Education da Universidade de Cambridge e Research Fellow do King's College de Londres. Ainda este ano será professora visitante do New College of the Humanities.
No passado, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva (1939- 2002) já foi atribuído ao escritor italiano Claudio Magris, o primeiro laureado em 2013; ao escritor turco e Prémio Nobel da Literatura Orhan Pamuk em 2014; o músico catalão Jordi Savall em 2015; o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, e o ensaísta português Eduardo Lourenço que venceram ex aequo a edição de 2016. Em 2017, o vencedor foi cineasta Wim Wenders.