O Estado Islâmico acaba de lançar uma ameaça que refere explicitamente Portugal como potencial alvo de ataque terrorista. A ameaça do Estado Islâmico surge num artigo divulgado pela Al-Wafa, que funciona como agência noticiosa do grupo jihadista.
“Hoje Bruxelas e o aeroporto belga, amanhã talvez Portugal ou Hungria”, refere o artigo. Os fundamentalistas dizem ainda: “Se Alá nos ajudar, atacaremos os vossos clubes nocturnos, estádios, escolas e universidades, por mar, terra e todo o lado”.
"Ninguém sobreviverá", avisam.
Esta será a primeira vez que Portugal é referido de forma tão explícita na propaganda do Estado Islâmico. Os jihadistas já tinham manifestado várias vezes a intenção de ocupar a Península Ibérica, mas sempre no contexto da restauração do domínio árabe, conhecido por estes como al-Andalus.
O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Rui Pereira, diz à Renascença que “Portugal, infelizmente, é um alvo possível para um atentado terrorista, como qualquer país europeu”.
“Em primeiro lugar, por causa das suas alianças. Portugal é um país da União Europeia e da NATO, que são consideradas inimigas pelo Estado Islâmico e pela Al-Qaeda”, diz o ex-ministro da Administração Interna.
“Em segundo lugar, porque Portugal fica num pretenso califado que o Estado Islâmico quer instaurar. Em terceiro lugar, porque a cultura e a civilização portuguesas, baseadas em ideais democráticos de Estado de Direito, não são propriamente simpáticas para o Estado Islâmico”, conclui.
Por isso, diz Rui Pereira, "não espanta que em acções de propaganda já tenhamos visto a bandeira portuguesa como uma das inimigas da organização terrorista". "Não podemos estar descansados", garante.