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Depois de retirar do site oficial a informação com o número total de mortos e de casos por Covid-19 no país, o Ministério da Saúde brasileiro aumentou a confusão ao divulgar dados diários diferentes.
Os primeiros números de domingo à noite apontavam para 1.382 mortes e 12.581 novos casos nas últimas 24 horas, um valor recorde para aquele dia da semana.
Mas, hora e meia depois, o Ministério da Saúde avançava dados diferentes: 525 vítimas mortais (menos 857 mortes) e 18.912 novas infeções (menos 6.331).
O Governo brasileiro não publicou números acumulados desde o início da pandemia no país, mas o segundo lote de dados aumenta para 36.455 o número de mortes e para 691.758 as infeções.
Já esta segunda-feira, o Ministério da Saúde modificou a informação inicial enviada aos jornalistas para corresponder aos números do site oficial, sem avançar explicações.
Os principais órgãos de comunicação social do Brasil divulgaram esta segunda-feira uma parceria para recolher e divulgar dados da pandemia de Covid-19 no país, colocados em causa por mudanças promovidas pelo Governo brasileiro, que divulgou dados divergentes no domingo.
Comunicação social une-se para recolher dados
A parceria contará com os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Extra, empresas do Grupo Globo (jornal O Globo, portal de notícias G1, TV Globo e Globonews) e do portal da Internet UOL, que decidiram colaborar na recolha de informações necessárias nos 26 estados do Brasil e no Distrito Federal.
Os meios de comunicação social informaram que a parceria é uma resposta à decisão do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de restringir o acesso a dados sobre o avanço da pandemia provocada pelo novo coronavírus no país.
O Ministério da Saúde deveria ser a fonte natural destas informações, mas os 'media' destacaram que atitudes recentes tomadas pelo Governo colocam em causa a disponibilidade e precisão dos dados.
"Numa sociedade organizada como a brasileira, é praticamente impossível omitir ou desfigurar dados tão fundamentais quanto o impacto de uma pandemia. Com essa iniciativa conjunta de levantamento de dados com os estados, deixamos claro que a imprensa não permitirá que nossos leitores fiquem sem saber a extensão da covid-19 ", afirmou Sérgio Dávila, diretor de redação da Folha.
Já Murilo Garavello, diretor de conteúdo do UOL, frisou a responsabilidade dos jornalistas em transmitir informações confiáveis para a sociedade durante a pandemia.
"E, agora, no momento mais agudo da pandemia, precisamos assegurar à população o acesso a dados corretos o mais rápido possível, custe o que custar", afirmou Garavello.
Alan Gripp, diretor de redação do jornal O Globo, avaliou que o país vive um momento crucial e as empresas de comunicação social deixaram de lado a concorrência por um bem comum: "Levar à sociedade o dado mais preciso possível sobre a pandemia. Essas informações orientam as pessoas e as políticas públicas. Sem elas, o país mergulha em um voo cego".