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Mais de uma centena de pessoas ficaram desalojadas no concelho de Oliveira do Hospital por causa dos incêndios de domingo que se prolongaram para esta segunda-feira, disse à agência Lusa o presidente da Câmara José Carlos Alexandrino.
“Mais de uma centena de famílias ficaram desalojadas” porque as suas casas, que são, em regra, habitações permanentes, foram atingidas pelas chamas, muitas das quais "ficaram completamente destruídas", afirmou.
O fogo, que, de acordo com o autarca, provocou oito mortes no concelho – número que admite possa ser ainda mais elevado – também destruiu diversas empresas, designadamente no parque industrial de Oliveira do Hospital, que representam no seu conjunto "cerca de 400 postos de trabalho".
José Carlos Alexandrino descreve os incêndios neste município do interior do distrito de Coimbra como "uma enorme bola de fogo", formada por três fogos, que "varreu todo o concelho, ameaçando os seus 84 núcleos" e devastando parte de muitos dos aglomerados populacionais.
"Foi um cenário dramático, foi um cenário dantesco", foi "um fogo como nunca se viu", que "atirava as chamas para três e quatro quilómetros de distância", descreve o autarca.
Os meios de combate às chamas foram "insuficientes", mas, sublinha o autarca, "os oliveirenses uniram-se e, com os bombeiros de Oliveira [do Hospital] e de Lagares [da Beira], conseguiram" evitar que "isto, que foi algo de irreal", se tivesse transformado numa "tragédia ainda maior".
"Nem os oliveirenses, nem ninguém merece isto", sustenta o presidente da Câmara, salientando que, para além da "maior perda, que são as vidas humanas", em "meia dúzia de horas" o concelho "ficou totalmente reduzido a cinzas e a escuridão".
Mas "vai dar-se a volta" à situação em que ficou o concelho de Oliveira do Hospital, acredita José Carlos Alexandrino, apelando à "coragem dos oliveirenses".
Embora se continuam a registar reativações, o incêndio em Oliveira do Hospital está dominado, disse ainda o autarca.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e 56 de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.