A mulher que foi baleada mortalmente pela polícia na quarta-feira durante a invasão do Capitólio, em Washington D.C., chama-se Ashli Babbitt e é veterana de guerra, tendo servido na Força Aérea, incluindo no Iraque. Babbitt acreditava firmemente nas teorias da conspiração divulgadas por Donald Trump de que as eleições de 4 de novembro foram fraudulentas.
A vítima mortal, que tinha 35 anos, é descrita pelos seus familiares como uma mulher forte que amava o seu país e o Presidente Donald Trump. A sua atividade nas redes sociais nos últimos dias dava conta do seu entusiasmo com a manifestação em Washington.
“Nada nos vai deter… Podem tentar e tentar e tentar mas a tempestade chegou e vai abater-se sobre DC em menos de 24 horas… das trevas para a luz!”
Babbitt viajou da Califórnia para Washington com amigos, disse o seu marido, citado pela Reuters, e foi uma das pessoas que passou as barreiras policiais e invadiu o edifício do Capitólio depois de ter ouvido um discurso inflamado de Donald Trump a reafirmar as teorias de que a eleição foi “roubada” pelos democratas.
Imagens filmadas por pessoas no local mostram uma mulher embrulhada numa bandeira de Trump a tentar passar por cima de uma porta com os vidros partidos, durante uma escaramuça com a polícia quando um agente dispara e ela cai para trás. Tudo indica tratar-se de Babbitt, que morreu mais tarde no hospital. Outras três pessoas perderam a vida durante os incidentes.
O agente que disparou foi suspenso enquanto o incidente é investigado.
Babbitt vivia em San Diego, na Califórnia, onde geria uma empresa de limpeza de piscinas com o seu marido. Este disse descreveu-a à imprensa americana como alguém que “amava o seu país”.
“Estava a fazer aquilo que achava certo para apoiar o seu país, juntando-se a pessoas que pensam da mesma forma e que também amam o seu Presidente e o seu país. Estava a exprimir a sua opinião e foi morta por isso”.
Em pelo menos uma imagem publicada na sua conta do Twitter, Babbitt ostenta uma t-shirt com frases e imagens relacionadas com QAnon, uma rede de divulgação de teorias da conspiração que afirma, entre outras coisas, que Donald Trump está secretamente a combater uma cabala de pedófilos, incluindo membros das elites nos Estados Unidos. As teorias têm tido bastante aceitação entre alguns apoiantes de Trump.