A zona de Alcântara, em Lisboa, foi hoje afetada por "um tornado de fraca intensidade", que causou danos no telhado do Banco Alimentar Contra a Fome, confirmaram fontes oficiais.
Patrícia Marques, meteorologista de serviço do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explicou ter-se tratado de "uma supercélula, que passou com bastante atividade e fez um movimento rotacional que terá resultado na imagem semelhante a um funil".
O "fenómeno de vento extremo" foi detetado pelos dados de radar do IPMA e teve "curta duração no tempo".
A meteorologista referiu que o país está a ser atravessado "por uma superfície frontal fria com bastante atividade", que está a fazer o percurso Lisboa-Castelo Branco, no caminho para Espanha.
O fenómeno registou-se "só em Alcântara" e foi depois "algo esbatido", adiantou Patrícia Marques, precisando que o IPMA não tem conhecimento de mais estragos.
Em declarações à agência Lusa, a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa adiantou que na freguesia de Alcântara, a segunda da cidade mais afetada pelo mau tempo verificado hoje, voou parte do telhado do Banco Alimentar Contra a Fome, na Avenida de Ceuta.
"Parte da cobertura foi parar à linha de comboio", acrescentou Margarida Castro Martins.
"Vamos ter 15 dias exigentes", admite Isabel Jonet
Em declarações à Renascença, a presidente do Banco Alimentar contra a Fome admite que, apesar do temporal não ter provocado grandes prejuízos, vai ser necessária a ajuda, tanto da Câmara de Lisboa, como da Infraestruturas de Portugal para garantir o armazenamento dos bens alimentares doados.
"Vamos contar com a ajuda, tanto das Infraestruturas de Portugal mas também, certamente, com o município. Vamos ter 15 dias exigentes, porque vamos fazer a campanha no respeito de toda a segurança que é necessária. Porque vamos contar com muitas ajudas, com certeza", disse Isabel Jonet.
Nesta freguesia de Alcântara foram também registadas "várias inundações" em espaços públicos e privados, bem como "diversas quedas de árvores", causando "bastantes danos em viaturas".
Quase uma centena de ocorrências em duas horas
A Proteção Civil de Lisboa registou 89 ocorrências devido ao mau tempo, entre as 13h00 e as 15h00, afetando sobretudo as freguesias de Alvalade e de Alcântara, com diversas inundações, quedas de árvores e viaturas danificadas.
A diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, adiantou, cerca das 17h20, que as freguesias mais afetadas foram as de Alvalade e de Alcântara, com 18 e 12 ocorrências, respetivamente, durante aquelas duas horas.
O vento e a chuva fortes provocaram, sobretudo, inundações em espaços públicos e privados, "inúmeras arvores caídas" e "muitas viaturas danificadas".
A nível nacional, a Autoridade de Emergência e Proteção Civil registou quase duas centenas de ocorrências, com destaque para um mini-tornado na Marinha Grande.
[notícia atualizada às 19h25 com as declarações de Isabel Jonet]