O Banco Central Europeu voltou a aumentar as taxas de juro de referência. Apesar de ter abrandado o ritmo de subida, é esperado um impacto nas taxas Euribor, negociadas entre os bancos comerciais e com isso, um aumento das prestações do crédito <á habitação.
À Renascença, Nuno Rico, economista da Deco/Proteste, diz que “se o aumento for da mesma proporção da subida anunciada pelo BCE, de 25 pontos base, num crédito de 150 mil euros, a 30 anos, com 1% de spread, significa mais cerca de 22 euros na prestação mensal. No final do ano, acrescenta Nuno Rico “estamos a falar em mais cerca de 300 euros no crédito.”
Segundo este economista da Deco/Proteste, especialista em produtos bancários, num crédito revisto neste mês de maio, com Euribor a 12 meses, “comparando com a última revisão, em maio de 2022, este crédito teve um agravamento de 300 euros na prestação, o que é muito significativo num curto espaço de tempo, porque a Euribor subiu 4 pontos percentuais”.
Nuno Rico lembra que os portugueses já estão a sentir este aumento das taxas Euribor desde janeiro de 2022, portanto, “há quase ano e meio e se comparamos entre janeiro de 2022 até agora, estamos a falar de um agravamento de 400 euros na prestação mensal”.
Para Nuno Rico, a subida das taxas Euribor, a reboque das taxas de referência do BCE, é inevitável. “Ao contrário do que disse o governador do Banco de Portugal, há poucas semanas em que acreditava que os valores mais altos da Euribor, por exemplo na maturidade a 12 meses, já tinham sido ultrapassados, não nos parece para já, o que se vai traduzir em mais aumentos para as famílias”.
Este economista defende medidas de proteção para as famílias, nomeadamente o “travão à prestação” que a DECO/PROTESTE já propôs ao governo e grupos parlamentares.
Os governadores dos bancos centrais decidiram esta quinta-feira uma subida de 25 pontos base, para 3,75% da taxa de refinanciamento. É a sétima subida desde julho de 2022.