O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, iniciaram hoje vários contactos com líderes do Médio Oriente para tentar evitar uma escalada regional do conflito entre Israel e o Hamas.
As diligências europeias surgem na sequência do ataque surpresa do grupo islâmico palestiniano Hamas contra Israel, iniciado no sábado, e pretendem tentar travar a violência e evitar uma escalada regional do conflito israelo-palestiniano, segundo referiu a agência EFE.
O grupo Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
De acordo com a agência noticiosa espanhola, tanto Charles Michel como Josep Borrell sublinharam durante os seus múltiplos contactos nas últimas horas a necessidade de uma redução das tensões, da cessação imediata das hostilidades e a libertação de todos os reféns israelitas que foram sequestrados pelo Hamas.
Borrell, bem como os presidentes das instituições europeias e os líderes da UE, defenderam o direito de Israel a defender-se, mas, ao mesmo tempo, instaram ambas as partes a respeitar o direito humanitário internacional.
Entre os múltiplos contactos diplomáticos feitos por Borrell este fim de semana está uma chamada telefónica com o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammad Shtayyeh, a quem pediu ajuda para "cessar imediatamente as hostilidades", segundo informou o chefe da diplomacia europeia nas redes sociais.
Também por esta via, anunciou que manteve conversações com a Liga Árabe para abordar a situação e com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita e da Jordânia. O porta-voz da diplomacia do Egito foi igualmente contactado.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros manteve igualmente contactos com o ministro israelita Ali Cohen e uma reunião conjunta com os chefes diplomáticos dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Itália.
Na segunda-feira, Josep Borrell participará em Mascate, capital de Omã, na reunião dos ministros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que reunirá representantes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait e Qatar.
"Temos muitos desafios comuns que exigem uma cooperação estreita, incluindo as trágicas consequências do ataque do Hamas contra Israel. Precisamos de continuar a trabalhar juntos pela paz", disse Borrell através da sua conta na rede social X (antigo Twitter) sobre a sua participação neste encontro.
Em particular, Borrell repudiou o facto de o grupo Hamas utilizar civis israelitas como reféns, sublinhando tratar-se de "uma flagrante violação de todas as leis" e prometeu fazer tudo o possível para os libertar.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, teve igualmente este domingo uma intensa atividade diplomática, tendo mantido conversações com o Rei da Jordânia e com o primeiro-ministro de Israel.
Com o Rei Abdullah II abordou a necessidade de se fazer tudo aquilo que é possível para evitar que o conflito se estenda à Cisjordânia e alimente novas tensões entre a comunidade israelita e árabe.
"A violência deve cessar como prioridade e deve-se proteger as vidas dos civis". Os esforços da Jordânia juntamente com outros parceiros da região são a chave para reduzir a tensão", escreveu Michel na rede social X.