O Presidente dos Estados Unidos quer receber o homólogo russo na Casa Branca, algo que, a confirmar-se, marcará a primeira vez que Vladimir Putin visita a casa presidencial norte-americana.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em declarações à RIA Novosti, Donald Trump endereçou o convite a Putin num telefonema entre ambos a 20 de março.
No artigo, a agência de notícias do Estado russo cita Sergei Lavrov a dizer que o líder norte-americano falou da potencial visita oficial de Putin "algumas vezes" durante a conversa e que Moscovo está agora à espera que esse convite seja formalizado.
"O Presidente dos EUA fez esse convite na conversa telefónica, disse que ficaria contente de ver [Putin] na Casa Branca e que ficaria contente se depois se encontrassem numa visita recíproca", avançou o chefe da diplomacia russa. "Ele [Trump] voltou a este assunto algumas vezes, portanto queremos que os nossos colegas americanos saibam que não nos queremos impôr mas que também não queremos ser mal-educados. Considerando que o Presidente Trump fez esta proposta, partimos do princípio de que ele vai concretizá-la."
O convite de Trump vem reavivar um anterior convite e surge numa altura em que uma série de funcionários da sua administração e pessoas que lhe são próximas continuam a ser investigados por possível conluio com as autoridades russas durante a corrida à Casa Branca em 2016. O próprio Presidente norte-americano está a ser investigado pelo conselheiro especial Robert Mueller por potencial obstrução à Justiça no âmbito destes inquéritos.
A par disso, há a ter em conta o contexto geopolítico atual. O convite surge num momento de tensões particularmente altas entre o Ocidente e a Rússia, por causa do apoio do governo de Putin ao Presidente da Síria e pela interferência da Rússia em processos eleitorais nos EUA e em países europeus, nomeadamente no Reino Unido durante a campanha para o referendo ao Brexit, em junho de 2016.
Questionado sobre este ambiente de hostilidades, Lavrov lembrou esta manhã que Trump tem sido o maior defensor de uma reaproximação a Moscovo.
"Limito-me a chamar a atenção para o facto de, depois desta conversa telefónica [a 20 de março], Donald Trump ter dito, em tweets e por palavras, que é necessário resolver os problemas com a Rússia, que [os EUA] querem ter boas relações com a Rússia, que isso é melhor do que não ter uma boa relação e que só um louco pode pensar o contrário. Nós concordamos."