Foi como se fosse uma última vistoria antes do arranque das funções. O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado da ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, dos presidentes da Câmara de Lisboa e de Loures e o bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar foram esta segunda-feira verificar o local onde os meios de comunicação social vão trabalhar no Parque Tejo, foram ao Altar-Palco e passaram a ponte pedonal por cima do Rio Trancão.
O chefe do Governo experimentou até um dos pontos de água do recinto. “Está tudo pronto”, assegurou, satisfeito, António Costa. Mesmo admitindo que nem tudo pode correr bem.
“Não faltarão notícias a dizer que alguma coisa correu mal, vai haver pessoas que vão desmaiar por causa do calor, outras pela desidratação, há um carteirista que vai aparecer… Todas essas coisas vão acontecer porque fazem parte de eventos onde estão centenas de milhares de pessoas”, desvalorizou o chefe do Governo.
Acima de tudo isto, para Costa, está o retorno que o país vai ter, lembrando experiências anteriores. “A curva do turismo em Portugal, qual foi o primeiro grande salto que teve? Foi depois da Expo’ 98. Depois teve um segundo grande salto, depois do Euro 2004”, argumentou.
Nesta visita, António Costa foi diversas vezes confrontado com as críticas por parte de quem não vê justificação para tal investimento. Costa refuta. “Um evento desta natureza dá uma projeção inimaginável ao país que não se reflete logo nas contas”, assegura.
“Este evento vai marcar por muitos e bons anos os jovens que participarem, mas muitos daqueles que não puderem vir, vão pensar vir no futuro”, argumenta. “Acho que Portugal só se pode sentir honrado de o Santo Padre ter escolhido Portugal.”
Ao lado dos autarcas de Lisboa e de Loures, António Costa lembrou que a Jornada Mundial da Juventude foi o pretexto para recuperar uma parte da cidade.
“Finalmente a Expo vai chegar mesmo à foz do Trancão e vai passar a foz do Trancão e vai permitir que a plataforma ribeirinha da Bobadela se transforme numa grande continuidade deste parque urbano”, explicou António Costa.
Já sobre os argumentos da laicidade do Estado, Costa começou por esclarecer que não foi “bafejado pela sorte da fé, não sou crente”, acrescentando depois “que a laicidade das instituições públicas significa também, em primeiro lugar, respeitar todas as crenças”.
Costa recordou ainda que não raras vezes “os municípios já cederam terrenos para construções de igrejas ou de templos de outras religiões, mesquitas ou sinagogas, por exemplo”.
António Costa e restante comitiva seguiram o trajeto pelo Parque Tejo que terminou do outro lado da ponte pedonal por cima do rio Trancão. Do outro lado um mural assinala a intenção. "Futuro Parque Papa Francisco", que, lê-se, é um legado da Jornada Mundial da Juventude.